terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Top 2013 - Livros

Não são certamente os "melhores" livros do ano. São aqueles que eu li (ou estou a ler ainda) e de que gostei mais. Entre romances e ensaios, eis as minhas escolhas:

- "Cidade Aberta" - Teju Cole
- "Hollywood - Estórias de Glamour e Miséria" - Edgar Pêra
- "A Maiúsculo Com Círculo à Volta" - Rui Eduardo Paes
- "Cinemateca" - Pedro Mexia
- "Animalescos" - Gonçalo M. Tavares
- "A Gloriosa Bicicleta" - Laura Alves/Pedro Carvalho
- "Os Níveis da Vida" - Julian Barnes
- "Béla Tarr - O Tempo do Depois" - Jacques Rancière
- "Histórias de Loucura Normal" - Charles Bukowski
- "Tudo Passa" - Vassili Grossman
- "Cansaço. Tédio, Desassossego" - José Gil
- "Juliette Society"- Sasha Grey
- "Mistérios" - Knutt Hamsun

Reedições do ano: 
- "Ulisses" - James Joyce (Ed. Relógio D'Água)
- "Admirável Mundo Novo" - Aldous Huxley (Ed. Antígona)
- "Photomaton & Vox" - Herberto Helder (Ed. Assírio & Alvim)
- "1984" - George Orwell (Ed. Antígona)
- "Livro do Desassossego" - Fernando Pessoa (Ed. Tinta da China)









segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Top 2013 - Discos









Como tem sido tónica em anos anteriores, uma lista muito pouco ortodoxa. Isto porque, musicalmente falando, me interessam muitas e diversificadas estéticas: jazz, rock, metal, fusão, electrónica, pop, hip-hop, crossover, ambiental, drone, clássica, blues, etc.

Estes são os 40 discos que mais gostei de ouvir ao longo de 2013 (havia mais...). Esta ordem de preferências, porventura, teria outra disposição se fosse elaborada amanhã, daqui a uma semana ou um mês. 
Mas grosso modo, é isto (quem não conhecer alguns dos artistas, basta aceder ao Youtube):

1 - Matt Elliott – “Only Myocardial Infarction Can Break Your Heart”
2 - Fire! Orchestra – “Exit!”
3 - James Holden – “The Inheritors”
4 - Boards Of Canada – “Tomorrow's Harvest”
5 - Fuck Buttons – “Slow Focus”
6 - Savages – “Silence Yourself”
7 - Julia Holter – “Loud City Song”
8 - Secret Chiefs 3 – “Book Of Souls Folio A”
9 - Föllakzoid – “II”
10 - Queens of The Stone Age – “...Like Clockwork”
11 - The Fall – “Re-Mit”
12 - Deafheaven – “Sumbather”
13 - My Bloody Valentine - “mbv”
14 - Melt Yourself Down – “Melt Yourself Down”
15 - Shining – “One One One”
16 - Death Grips – “Government Plates”
17 - Flat Earth Society – “13”
18 - M.I.A. – “Matanga”
19 - Arcade Fire – “Reflector”
20 - Lustmord – “The Word as Power”
21 - Anna Calvi - "One Breath"
22 - Man Man – “On Oni Pond”
23 - Tim Hecker – “Virgins”
24 - Mogwai – “Les Revenants Soundtrack”
25 - Colin Stetson – “New History Warfare Vol. 3 To See More Light”
26 - Akasha – “Into the Web”
27 - Ganja White Night – “Mystic Herbalist”
28 - Melt Banana – “Fetch”
29 - Hugh Laurie“Didn't It Rain”
30 - Pascal Comelade – “El Pianista Del Antifaz”
31 - Four Tet - "Beautiful Rewind"
32 - The Tiger Lillies – “Either Or”
33 - The Dillinger Escape Plan – “One of Us Is the Killer”
34 - Chelsea Light Moving – “Chelsea Light Moving”
35 - Matmos – “The Marriage of True Minds”
36 - Nick Cave And The Bad Seeds – “Push The Sky Away”
37 - LITE – “Instalation”
38 - Amon Tobin and Two Fingers - "Synch Sampler"
39 - Ben Harper and Charlie Musselwhite - "Get Up!"
40 - David Bowie - "The Next Day"

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Top 2012  
Top 2011

sábado, 28 de dezembro de 2013

Top 2013 - Filmes




Top 2013 - Filmes 

Preâmbulo: ainda não vi filmes que potencialmente poderiam constar na minha lista: “Fuga” de Jeff Nichols, “O Desconhecido do Lago” de Alain Guiraudie, “Frances Ha” de Noah Baumbach, “No Nevoeiro” de Sergei Loznitsa, “Paixão” de Brian De Palma, “Para Lá das Colinas” de Christian Mungiu, “A Rapariga de Parte Nenhuma” de Jean-Claude Brisseau, “Nebraska” de Alexander Payne, “12 Anos Escravo” de Steve McQueen, “O Passado” de Ashgar Fahradi, “Tal Pai, Tal Filho” de Hirokazu, “A Propósito de Llewyn Davis” de Joel e Ethan Coen, entre outros. 

Assim, e pela primeira vez sem ordem de preferência, eis os filmes que vi em 2013 de que gostei mais:

- “Hannah Arendt” – Margarethe von Trota
- “Post Tenebras Lux” – Carlos Reygadas
- “A Grande Beleza” – Paolo Sorrentino
- “Django Unchained” – Quentin Tarantino
- “Ferrugem e Osso” – Jacques Audiard
- “Lore” – Cate Shortland
- “Desligados” – Henry Alex Rubin
- "Camille Claudel 1915" - Bruno Dumont
- “Blue Jasmine” – Woody Allen
- “Gravidade” – Alfonso Cuarón
- “A Caça” – Thomas Vinterberg
- “The Act of Killing” – Joshua Oppenheimer
- “Prisoners” – Denis Villeneuve
- “O Mentor” – Paul Thomas Anderson
- “Room 237” – Rodney Ascher
- “A Vida de Adèle” - Abdellatif Kechiche
- “A Loja dos Suicídios” - Patrice Laconte
- “Kon-Tiki – A Viagem Impossível” – Joachim Ronning
- “Like Someone in Love" – Abbas Kiarostami
- “Dentro de Casa” - François Ozon
- “Hitchcock” – Sacha Gervasi
- “Antes da Meia-Noite” – Richard Linklater
- “Berberian Sound Studio” – Peter Strickland

Edições DVD do ano: 
“Shoah” (Midas Filmes) – Claude Lanzmann 
Pack Béla Tarr (Midas Filmes)
Pack Hitchcock “Os Primeiros Anos” 
Pack “Integral João César Monteiro”
"The Story of Film - An Odissey" - Mark Cousins
Pack "Tetralogia do Poder" - Alexander Sokurov

Reposições do ano: 
“Hiroshima Meu Amor” – Alain Resnais 
"2001 – Odisseia no Espaço” - Stanley Kubrick 
“Casablanca” – Michael Curtiz 
“Viagem a Tóquio” – Yasujiro Ozu
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Top 2012     Top 2011  

O erotismo de "A Vida de Adèle"

O filme "A Vida de Adèle" de Abdellatif Kechiche, vencedor da Palma de Ouro no último festival de Cannes, não é, quanto a mim, a obra-prima que muitos apregoam. É claramente um dos dez filmes do ano, mas não percebo onde o realizador revela genialidade tamanha para ter impressionado tanta gente. Julgo que tem uma duração excessiva (3 horas) que prejudica a desarmante linearidade da narrativa, mas tem duas belas interpretações numa  - a espaços - pungente história de amor e sexo entre dois seres humanos que desabrocham para os prazeres carnais e emocionais de uma relação.
As duas actrizes que dão corpo (literalmente) a esta história, Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux, queixaram-se da dureza das filmagens e de uma alegada postura depravada do realizador em querer o máximo de realismo possível. Houve cenas que foram repetidas mais de cem vezes e as actrizes eram obrigadas a improvisar e a envolverem-se ao máximo nas cenas de sexo.
A atracção erótica é filmada de forma sensual e despojada, mas uma coisa que me surpreendeu foi o facto das actrizes terem usado uma espécie de prótese vaginal que impedia, no momento sexual mais íntimo, de um contacto físico e erótico directo. Ora, se assim foi, não se percebe o elevado grau de realismo que Kechiche exigia às actrizes: se queria total realismo e entrega física, tal deveria ter sido abertamente assumido sem recurso a próteses de plástico que evitaram, precisamente, o envolvimento real e o contacto físico entre os dois corpos. 
Certo?

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A revolução segundo João César Monteiro

Qual é o seu ideal de sociedade? 
- "Sou por uma transformação radical da sociedade, por meios violentos. Se pudessem ser pacíficos tanto melhor, mas já se sabe que assim não se vai lá. Vai haver uma nova revolução, mas não nos mesmos moldes das fracassadas revoluções." 

Não se sabe é quando. 
- "Todo o sistema capitalista está agónico, é um sistema autofágico. A revolução será menos classista e, se calhar, serão os próprios ricos _ deixe-me usar esta linguagem simples _ que vão ter de a fazer. O mal estar está perfeitamente instalado na classe dominante. A classe dominada tem os problemas do costume, de sobrevivência, etc; a outra tem toda a estrutura familiar desfeita, os filhos tresmalhados... Se não lhe quiser chamar revolução chamo-lhe, pelo menos, reciclagem do sistema."
(Diário de Notícias, 1997)


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O Natal segundo...

Eis um vídeo que irá fazer as delícias dos cinéfilos: um grupo de comediantes filmou curtas sequências sobre o Natal ao estilo de realizadores como Kubrick, Scorsese, Woody Allen, Michael Moore, Eisenstein ou Lars Von Trier
Através da montagem, da forma de filmar e da música, reconhecemos imediatamente as estéticas de cada realizador. Uma forma divertida e original de celebrar o Natal e, ao mesmo tempo, um inspirado exercício cinéfilo.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Matt Elliott - Das profundezas da alma




Lembram-se de ter referido, em Agosto, um trabalho audiovisual de homenagem à tragédia do submarino Kursk (ver aqui)? Essa música que acompanhava o assombroso vídeo era da autoria de um dos maiores compositores actuais (na minha opinião): Matt Elliott. 
Ex-líder de um dos mais interessantes projectos de electrónica dos anos 90, The Third Eye Foundation, Matt Elliott enveredou na primeira década de 2000 por uma carreira a solo (por vezes com músicos convidados) na área da "dark folk". Sempre acompanhado por uma guitarra acústica, melodias inspiradas na folk, no tango ou na canção popular italiana, Matt Elliott tem feito alguma da mais sublime música da última década em álbuns como "Drinking Songs" (2005), "Failing Songs" (2006), "Howling Songs" (2008), ou "The Broken Man" (2012). 
A música de Matt é profundamente densa e por vezes lúgubre, canta os devaneios da existência humana desesperada. Erradamente comparado a Yann Tiersen, a música de Matt Elliott é muito mais exigente e versátil: as suas subtis melodias não raras vezes desembocam em frenéticas explosões de ruído e camadas sonoras de coros hipnóticos (Matt tem uma voz sublime). É uma música desafiante (tem canções de 17 minutos), comovente e possante como poucas.
No final de 2013, editou um álbum cujo título é, porventura, o mais inspirador de todo o ano: "Only Myocardial Infarction Can Break Your Heart" e é uma verdadeira pérola de encanto.
Quanto a mim, é um dos melhores discos deste ano e basta ouvir o longo e belíssimo tema "The Right to Cry" para perceber o alcance das minhas palavras. Ou então, deixar-se levar por esta espantosa actuação ao vivo: 14'30'' de música inclassificável e muito, muito intensa (sobretudo os últimos 5 minutos).
Experimentem e dir-me-ão de vossa justiça...



sábado, 21 de dezembro de 2013

Carta ao Pai Natal


Querido Pai Natal: este ano de 2013 portei-me bem. Por isso peço-te gentilmente que me ofereças estas prendas em baixo descriminadas. São algumas caixas de DVDs e Blu-Ray que gostaria de receber este ano. No total serão apenas algumas centenas de euros, não é um valor significativo no teu gigantesco orçamento anual para prendas para todo o planeta. Obrigado pela tua atenção, Pai Natal.
Então faz o favor de apontar:













sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Dois clássicos em sala

Não é todos os dias que podemos assistir à reposição em sala de duas obras-primas clássicas da história do cinema. É o caso agora destes dois títulos incontornáveis de Alain Resnais e Michael Curtiz (mas só em Lisboa e Porto). Oportunidade única para as novas gerações poderem assistir em ecrã gigante a duas obras maiores da arte cinematográfica.

O novo de Wes Anderson

Trailer do novo filme de Wes Anderson: "The Grand Budapest Hotel"
Depois do sublime "Moonrise Kingdom" em 2012, Anderson promete voltar a brilh ar em 2014 com o seu cinema estilizado e visualmente exuberante. Com um elenco impressionante de notáveis actores (Ralph Fiennes, Edward Norton, Jude Law, Bill Murray, Adrian Brody, Harvey Keitel, Tilda Swinton, William Dafoe, etc) e com a música sempre inspirada de Alexander Desplat, o novo filme de Wes Anderson parece ser mais uma comédia singular ao bom estilo do cineasta, e será seguramente um acontecimento cinematográfico do próximo ano. 
Basta apreciar a energia contida no trailer:

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Scorsese e o perfume

O spot publicitário que está a passar na televisão promovendo o perfume "The One" da Dolce & Gabbana tem apenas 30 segundos. Mas o que poucos sabem é que o realizador deste anúncio é Martin Scorsese. Com as estrelas Matthew McConaughey e Scarlett Johansson, Scorsese filmou uma versão com maior duração (2'35'') mas por motivos comerciais não passa nas televisões. 
Esta curta-metragem foi filmada numa cidade italiana (não especificada) e conta com uma canção italiana famosa, "Il Cielo in Una Stanza" da cantora Mina.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Sobre a cinefilia

Esta magnífica definição de cinéfilo (ou de cinefilia) é do Luís Mendonça, co-autor do blogue colectivo de cinema À Pala de Walsh. Sem mais, diria que se trata de uma definição poeticamente assertiva: 

"A cinefilia é coisa para noctívagos, coisa para vampiros, coisa para necrófilos, para quem se alimenta da escuridão, do desconhecido, da solidão e, enfim, da morte. O cinéfilo é um amante de fantasmas, do que partiu e não volta mais, do que a sociedade se precipita em enterrar ou considerar caduco. A cinefilia é um acto insurreccional, um voodoo que convoca o Deus-pagão cinema para reanimar as estrelas cadentes e os mitos esquecidos. É, portanto, uma actividade primitiva, um “rito” que pertence, por inteiro, às noites de lua cheia."

Tarantino e os amigos

Um guia visual sobre como os actores favoritos de Quentin Tarantino participaram em vários dos seus filmes:

domingo, 15 de dezembro de 2013

O'Toole

Morreu Peter O'Toole, um dos últimos grandes actores de formação teatral e clássica.
O'Toole era um actor de enorme elegância e dono de um olhar azul penetrante. A última vez que vi um filme do actor que fez o clássico "Lawrence da Arábia" foi em 2006: protagonizou (na imagem) um reformado no filme "Venus" de Roger Michell. Uma bela história de amizade com uma adolescente irreverente. 
A propósito deste filme e de outros filmes de "velhos", escrevi isto.

sábado, 14 de dezembro de 2013

"Cinemateca" de Pedro Mexia

Novo livro do poeta, tradutor, ensaísta, jornalista e ex-Director da Cinemateca Portuguesa, Pedro Mexia. "Cinemateca" são 200 páginas cheias de amor pelo cinema. Uma escrita sóbria e compenetrada, de alguém que é fascinado pelo cinema e que ama sobretudo os clássicos. 
Livro de crónicas curtas e concisas, Pedro Mexia escreve sobre dezenas de filmes de quase todas as épocas (de 1940 à actualidade) e de cinematografias muito variadas (Preminger, Hitchcock, Bresson, Buñuel, Rohmer, Antonioni, Hartley, Wenders, Godard, etc), fazendo uma interpretação muito pessoal de cada obra.
Muito recomendável, portanto.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Nos bastidores imaginários de "The Shining"

Eu sei que o caro leitor já viu o filme "The Shining" de Stanley Kubrick. E que conhece bem toda a sua iconografia visual e estética.
Mas de certo que nunca viu isto: um curto spot publicitário no qual um canal de televisão (Channel 4) promove um ciclo dedicado ao cineasta inglês. Está todo realizado num único plano-sequência e encena uma câmara que deambula pelos corredores dos (supostos) bastidores das filmagens deste filme mítico. Reconhecemos actores, figurantes, cenários e adereços. É uma brilhante ideia promocional, superiormente bem feita e que, ainda por cima, tem música de Amon Tobin a acompanhar.
Merece ser visto em ecrã inteiro aqui.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Os onze filmes favoritos de Bergman



Em 1994 um jornalista perguntou a Ingmar Bergman, um dos maiores cineastas do século XX, quais os seus 10 filmes preferidos de sempre. Bergman pediu para pensar um pouco e depois foi dizendo um título atrás do outro. Pensava que tinha dito 10 filmes, mas o entusiasmo levou-o a citar 11 títulos.

São os seguintes (sem ordem especial):

- Andrei Rublev (Andrei Tarkovsky, 1971)
- The Circus (Charlie Chaplin, 1928)
- The Conductor (Andrzej Wajda, 1980)
- Marianne and Juliane (Margarethe von Trotta, 1981)
- The Passion of Joan of Arc (Carl Theodor Dreyer, 1928)
- The Phantom Carriage (Victor Sjöström, 1921)
- Port of Shadows (Marcel Carné, 1938)
- Raven’s End (Bo Wilderberg, 1963)
- Rashomon (Akira Kurosawa, 1950)
- La Strada (Federico Fellini, 1954) 
- Sunset Boulevard (Billy Wilder, 1950

De todos estes filmes, só não conheço o filme do Andrzej Wajda, do Bo Wilderberg (nem sei quem é!) e da Margarethe von Trotta (de quem ainda ontem publiquei na rubrica Genealogia de Fotogramas imagens do seu último filme, "Hannah Arendt").
Todos os outros filmes citados são obras-primas indiscutíveis. Confesso a minha surpresa pela escolha de um filme aparentemente menor de Charlie Chaplin - mas que eu adoro - "The Circus", assim como o maravilhoso (e pouco reverenciado) "La Strada" de Fellini. 
Estas escolhas provam o gosto cinematográfico ecléctico do grande Ingmar Bergman.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Kubrick e Van Gogh

Kubrick era um realizador culto e um grande apreciador de artes: para além do cinema, adorava literatura, fotografia e pintura. De tal forma que nalguns dos seus filmes se manifestam claras influências da pintura. 
É o caso de "A Laranja Mecânica" (1971), que tem um plano que evoca uma pintura famosa do mestre Vincent Van Gogh - "Prisoners Round" (after Gustave Doré) de 1890.
Nestas duas imagens pode-se apreciar e comparar como a composição visual do filme de Kubrick advém da tela de Van Gogh, desde o enquadramento, perspectiva e profundidade, assim como a cena dos homens  em movimento circular.

Discos que mudam uma vida #187

The Cinematic Orchestra - "Every Day" (2002)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Iggy (em boneco)

"Action figures" há muitas e nem me interessam particularmente, mas esta do Iggy Pop é realmente magnífica.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Músicos de rua

Sempre tive um enorme respeito pelos músicos de rua. Cada vez que passo por um, seja que instrumento estiver a tocar, ou seja um mau ou grande instrumentista, faço questão de deixar umas moedas (talvez tenha esta sensibilidade pelo facto de também ser músico). Nem é tanto pela coisa da caridade, mas sim por respeito a um artista que - precisa de dinheiro é certo - toca durante horas na rua em troco de umas moedas. 
Ora, o Município de Madrid resolveu obrigar todos os músicos de rua a submeterem-se a um casting para aferir da qualidade artística de modo a obterem uma autorização para tocar na rua (ler notícia). É uma medida estranha e que provocou reacções contraditórias: houve quem aprovasse a ideia, e houve quem a condenasse.
Seja como for, músicos talentosos como este jovem guitarrista (que tem uma técnica singular!) não precisam de documentos camarários para merecerem todo o nosso respeito e admiração:

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O top de Godard

Em 1963 um ainda jovem e crítico de cinema Jean-Luc Godard escolhia os seus 10 filmes americanos preferidos:

1 - "Scarface" - Howard Hawks
2 - "The Great Dictator" - Charles Chaplin
3 - "Vertigo" - Alfred Hitchcock
4 - "The Searchers" - John Ford
5 - "Singin’ in the Rain" - Kelly-Donen
6 - "The Lady From Shanghai" - Orson Welles
7 - "Bigger Than Life" - Nicholas Ray
8 - "Angel Face" - Otto Preminger
9 - "To Be or Not To Be" - Ernst Lubitsch
10 - "Dishonored" - Josef von Sternberg

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Kubrick e as casas de banho

Não sei se o leitor sabia, mas praticamente todos os filmes de Stanley Kubrick têm cenas importantes na casa de banho. Cenas geralmente dramáticas e tensas que condicionam as personagens e o curso da história. Basta pensar no que se passa nas casas de banho de "The Shining" ou "Full Metal Jacket": duas cenas de grande densidade dramática que, simbolicamente, podem significar o espaço de "degradação da moral humana" (frase minha). 
Não faltarão teorias (umas mais psicanalíticas do que outras) para justificar esta preferência obsessiva de Kubrick pelas casas de banho, mas por agora deixo aqui uma bela e objectiva montagem com todas as referidas sequências dos seus filmes:

domingo, 1 de dezembro de 2013

Parabéns, Woody!

Neste dia em que Woody Allen completa 78 anos de vida, quero manifestar o profundo respeito e admiração que nutro pelo seu imenso legado artístico. Aprendi muito a ler os seus livros (sim, Woody também escreveu livros) e a ver os seus filmes. Mesmo os seus filmes dito "menores", porque até estes são quase sempre melhores do que os filmes considerados "bons" de outros realizadores.
Partilho muitas das inquietações existenciais de Woody Allen; partilho totalmente o seu estilo de humor intelectual e neurótico e, muitas vezes, non-sense. Admiro a sua visão da arte e os seus gostos literários, cinematográficos e culturais. Alguns dos seus filmes ensinaram-me mais sobre a vida e sobre questões filosóficas e religiosas do que lendo muitos livros sobre os temas. Assim como sobre a complexidade e os paradoxos das relações amorosas...
Fruto deste fascínio para com o seu universo estético e ético, frequentemente disse para mim próprio: "Quem me dera ser uma personagem dos seus filmes!". 
Parabéns Woody e que faças muitos mais filmes.

A melhor prenda de Natal deste ano

"The Danny Elfman & Tim Burton 25th Anniversary Music Box": edição limitada de 1000 exemplares com 16 CDs com as bandas sonoras de Danny Elfman para filmes de Tim Burton; 18 horas de música + 7 horas de música nunca antes editada (entre raridades, inéditos e novas versões); 1 livro com 250 páginas (fotografias raras, textos de Johnny Depp, ilustrações, storyboards, dezenas de testemunhos de colaboradores e artistas de Burton e Elfman...); 1 DVD com conversas entre Danny Elfman e Tim Burton; uma pen drive em forma de Skeleton; e muito mais...
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