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domingo, 5 de outubro de 2008

Revivalismo a quanto obrigas


Qual a impressão com que se fica quando se entra pela primeira vez num bar que se pensa ser diferente e se ouve (e vê) pelo LCD pendurado na parede o videoclip - em altos berros - "Boys Boys Boys" da Sabrina (não confundir com a concorrente Samantha Fox), hit incontornável do pior dos eighties? E que durante o resto do tempo em que se tomou um café o dito LCD só debitava os êxitos mais insuportáveis e pirosos dos 80, num volume de tal forma ameaçador que só por megafone se conseguia ouvir a própria voz? Fica-se com uma uma impressão suficientemente esclarecedora para não mais lá voltar, isso é certo. O horror, o horror...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Para um novo conceito de diversão nocturna


Há uns dias a SIC mostrou uma reportagem sobre as novas formas de diversão nocturna em Lisboa. O Bairro Alto continua em alta, como sempre, mas há franjas de público que procura espaços de convívio alternativos que estejam aliados à fruição cultural. Espaços que fogem ao circuito habitual de bares e que propõem concertos, tertúlias, exposições, leituras de poesia, performances. Exemplo do sucesso desta tipologia de espaço é a Fábrica de Braço de Prata (no Paço do Bispo), um espaço com uma livraria, 12 salas e 3 ateliers (foto). Trata-se de uma antiga fábrica recuperada com o intuito de proporcionar experiências culturais diferentes, não institucionais e de carácter quase espontâneo. A Fábrica de Braço de Prata é um projecto conjunto das livrarias Eterno Retorno e Ler Devagar. Para marcar posição e fidelizar o público, maioritariamente universitário e jovens artistas, a Fábrica dinamiza uma programação cultural exigente e rigorosa (conferências, leituras, cinema, música). A SIC revelava ainda que, à semelhança da Fábrica de Braço de Prata, outros espaços alternativos florescem em Lisboa vocacionados para um determinado segmento de público, para a divulgação de um dado género musical ou corrente artística.
Complementarmente à reportagem televisiva, este último Sábado podia ler-se no semanário Expresso uma reportagem sobre o crescente aparecimento de novos cafés lisboetas que exploram esse conceito, marcadamente urbano e cosmopolita, de conciliar a exploração de um espaço diferente (uma antiga casa ou fábrica) com uma preocupação de promoção cultural raramente vista nos anos anteriores (a Galeria Zé dos Bois foi a precursora deste fenómeno). São cafés que renovam o prazer da tertúlia, do reencontro de pessoas para a conversa cultural, para o debate de ideias ao som de música jazz, improvisada, ou enquanto se ouve um recital de poesia ou se frui uma exposição de arte contemporânea. Este e outros exemplos revelam a sedimentação de um novo conceito para a diversão nocturna aliada à dinamização cultural. É de louvar registar esta nova perspectiva de bares e cafés, contrariando a imagem conservadora, amorfa e uniformizada deste tipo de espaço.