quarta-feira, 10 de abril de 2013

O que o filme diz de si
























A revista Sábado gosta de publicar, de quando em vez, artigos sobre temática cinematográfica. Os artigos têm quase sempre pouca profundidade e ficam-se mais pelo lado da curiosidade histórica. Nada contra. Um cinéfilo não vive apenas de artigos eruditos e académicos.
A propósito desta tendência, a Sábado publicou uma curiosa secção na qual tenta relacionar o tipo de filmes que um indivíduo vê (ou gosta) com a sua própria personalidade. 
"O Que o Seu Filme Preferido Diz de Si", é o título desta rubrica assinada pelo psicólogo Nuno Amado. Longe de se tratar de um estudo académico, não deixa por isso de ser uma análise interessante, divertida e com alguma coerência. 
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Por exemplo, se o seu filme preferido é o clássico "Casablanca" de Michael Curtiz, eis o que (supostamente) o filme significa e o que "diz de si":

"Quem gosta do 'Casablanca' pode revelar alguma tendência para a melancolia. A identificação com este filme mostra uma visão do mundo como belo mas trágico. O que melhor se pode fazer é suspirar e, se possível, fumar com melancolia. Fumar como se cada cigarro dissesse: “Pois, este mundo está mesmo de pernas para o ar, isto vai mesmo tudo pelo cano abaixo, não há salvação possível. Mas, diabos me levem se eu não fumo este cigarro como se me fosse indiferente que o mundo acabasse hoje!” Não é incomum que os adeptos deste filme sejam nostálgicos, sendo frequente que se ponham a olhar para o vazio lembrando tempos melhores. Alguns fazem-no já na infância lembrando com saudades a barriga da mãe."

Os outros filme analisados são "Cinema Paraíso", "Matrix", "O Sétimo Selo" e "Twilight".
Ver neste Link.

5 comentários:

O Narrador Subjectivo disse...

Depois de ler a descrição d'O Sétimo Selo, tenho de ver se me lembro de vomitar na cara de um jornalista da Sábado um dia destes.

Unknown disse...

Por acaso o texto sobre o Bergman é o mais tendencioso e ridículo de todos.

Marcelo Castro Moraes disse...

Eu gosto do filme mas não sou melancólico e tão pouco fumante.

Anónimo disse...

Este artigo da Sábado está para os cinéfilos como as palestras do Miguel Gonçalves estão para os esconomistas.

Rui Gonçalves disse...

Embora prefira outras obras dele, se há filme que discute magistralmente a dicotomia entre a angústia existencial e o lado "solar" da simplicidade vivencial - com óbvia vantagem para a segunda - é «O Sétimo Selo» de Bergman. Das duas uma: ou o psicólogo não compreendeu nada do filme ou então acumulou uma série de preconceitos que não conseguiu resolver em devido tempo e que se transformaram num vírus anti-intelectual. Ainda assim, não explica o chorrilho de disparates, nem o fel que vomita...