segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Óscares 2015: Um rescaldo à pressa



Muitas vezes arrependo-me das horas perdidas de sono, mas é já um ritual com 20 anos ver em directo a cerimónia dos Óscares. E assim, em jeito resumido para não aborrecer os leitores, eis o meu balanço por tópicos:

-  O início da cerimónia foi razoavelmente bom com o apresentador Neil Patrick Harris a cantar uma tradicional canção de teatro musical sobre a magia do cinema. Os efeitos digitais dos cenários impressionaram (ou não fosse a produção deste evento exímia nos mais pequenos detalhes visuais).

- O reportório humorístico de Neil Patrick Harris foi pobre e o único momento realmente engraçado foi quando fez de Birdman e apareceu ao público só de cuecas e meias depois de ter passado pelo actor Miles Teller ("Whiplash") a tocar bateria e repreendeu-o (tal como no filme): "That's not my tempo!". 

- Momento particularmente saboroso o discurso de agradecimento do realizador polaco Pawel Pawlikowski ("Ida"): nem a orquestra calou o seu longo discurso e disse estar surpreendido porque fez um filme sobre "o silêncio e a contemplação" e acabou por ir parar ao "centro do ruído" (a cerimónia em si).

- O discurso final de Patricia Arquette foi pungente quando apelou a uma maior justiça e equidade entre homens e mulheres na indústria de Hollywood (e a respectiva reacção enérgica de Meryl Streep).

- Custa-me admitir mas rendo-me à evidência: Lady Gaga teve um magnífico momento musical interpretando (sem extravagâncias) um "medley" do clássico musical "Música no Coração". Emocionante e surpreendente tributo. Logo após o final da actuação Julie Andrews surge no palco agradecendo e abraçando Lady Gaga.


  - Forte pendor político e social no discurso de agradecimento de John Legend e Common pelo Óscar de Melhor Canção por "Selma". A interpretação da canção "Glory" fez chorar vários espectadores.

- Bom e divertido número musical a propósito da canção "Everything is Awesome" do filme de animação "LEGO Movie".

- A alegria quase histérica de Eddy Redmayne quando subiu ao palco pelo seu Óscar por "A Teoria de Tudo".

- O momento sempre especial e reverencial dos que já partiram do mundo do cinema ("In Memoriam").

- "Grand Budapeste Hotel" arrebatou as principais categorias técnicas e artísticas. Merecido.

- Finalmente a consagração de Julianne Moore e do compositor Alexander Desplat.

- Este ano não apareceu a diva Charlize Theron, logo, a noite teve menos encanto e beleza.

- Não se justifica a duração excessiva da cerimónia (quase 4 horas).

- É muito difícil aguentar a transmissão da SIC por causa dos constantes intervalos publicitários a cada 5 minutos!


1 comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Lady Gaga com a sua homenagem a Noviça Rebelde foi um dos pontos altos da cerimônia.