domingo, 17 de agosto de 2008

Interregno: praia e cine-concertos


Este blogue vai finalmente entrar num período de poisio temporário: até final de Agosto, pouca actualização haverá. Motivo: Uma semana de praia e outra de trabalho (criativo, entenda-se). Durante a última semana de Agosto vou tocar quatro vezes - com o meu projecto Kubik - em quatros cidades alentejanas diferentes, naquilo a que se designou chamar-se "cine-concerto" (filme mudo musicado ao vivo):

Montemor-O-Novo, Auditório do Parque Urbano, 26 de Agosto, 21h30
Évora, Praça do Sertório, 27 de Agosto, 22h
Arraiolos, Espaço junto à Biblioteca Municipal, 28 de Agosto, 21h30
Estremoz, Casa de Estremoz, 30 de Agosto, 21h30
Depois da minha experiência aquando da composição da música original para os filmes mudos "Un Chien Andalou" (1928) de Luís Buñuel e Salvador Dalí; "Entre'Acte" (1924) de René Clair e o filme português "João Ratão" (1938) de Jorge Brum do Canto, desta vez fiz a música para o filme mudo "Felicidade" (1934) do russo Alexander Medvedkin. O convite partiu do Festival de Performance e Artes da Terra "Escrita na Paisagem" (com sede em Évora).
Alexander Medvedkin foi contemporâneo de eminentes cineastas soviéticos como Eisenstein, Pudovkin, Dovjenko e Vertov, mas nunca chegou a ter a projecção e o reconhecimento destes realizadores compatriotas. "Felicidade" (na imagem) é um notável filme sobre a repercussão da Revolução Bolchevique no povo anónimo. Ao contrário da seriedade dos filmes de Eisenstein, Medvedkin opta antes pelo género de comédia do burlesco, directamente influenciado por Buster Keaton. O resultado é um filme repleto de gags visuais, de crítica social e de grande rigor estético e formal. O realizador e documentarista Chris Marker foi um dos que reabilitou a figura e a importância de Medvedkin no cinema soviético, ao realizar o documentário "The Last Bolchevik" (1993). A Amazon.com prepara-se para lançar, no início de Setembro, um DVD contendo o filme "Felicidade" e o documentário de Chris Marker. Sem dúvida uma oportunidade para conhecer o trabalho de um realizador esquecido.
Quanto à música que irei tocar para acompanhar o filme ao vivo... A questão maior foi: que música é adequada para um filme de humor mudo anti-bolchevique banido na Rússia durante 40 anos? Num filme feito de uma fina e subtil estrutura formal e narrativa, só faz sentido uma música que consiga corresponder a essas características. Pretendi que houvesse uma relação dinâmica entre a imagem e a música, recorrendo a múltiplas sonoridades, texturas, ambientes e estilos musicais (com programações electrónicas e instrumentos avulsos - concertina, guitarra eléctrica, harmónica, flautas, xilofone, percussão....
Por conseguinte, se alguém passar por estas terras nesses dias, está desde já convidado a assistir a um destes cine-concertos. Nem que seja para ver o que vai sair dali...
Entretanto, acaba de ser lançado pela netlabel (editora digital) MiMi Records o novo EP de Kubik intitulado "How Blue Was My Sky" que pode ser descarregado gratuitamente no site da editora.

7 comentários:

Jorge Silva disse...

Muito Obrigado (mais uma vez) pela excelente oferta!

Já ouvi e gostei muito.

Faz-me lembrar Cabaret Voltaire da altura de "Red Mecca" e "Three Mantras".

Ricardo Pulido Valente disse...

acabei de te roubar uma fotografia do ramos rosa;)

espero que n te importes.


abraço

R.

Teste Sniqper disse...

Pedindo antecipadas desculpas pela “invasão” e alguma usurpação de espaço, gostaríamos de deixar o convite para uma visita a este Espaço que irá agitar as águas da Passividade Portuguesa...

Rolando Almeida disse...

Bons temas. Kunik ainda não esgotou o formato, é sempre uma surpresa. parabéns pelo trabalho
abraço

Rolando Almeida disse...

Lá em cima, lê-se Kubik :-)

Jorge Silva disse...

...que se diz Kiúbik

hehehe!!

;-)

Anónimo disse...

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