Este é um dos filmes mais malditos, bizarros e experimentais de sempre. Mas não foram estas características que impediram a escritora e ensaísta Susan Sontag de dizer que este filme é um dos "dez filmes mais importantes dos tempos modernos". Um objecto cinematográfico único, capaz de remeter "Eraserhead" de David Lynch para a secção "Familiar num Domingo à Tarde". "Begotten" (1991) é isto: uma mistura explosiva de horror, fantasia metafísica e surrealismo desvairado, pintalgada por uma estética visual extremamente densa e quase impenetrável (plasticamente é um preto e branco cheio de grão que levou 10 horas a tratar cada minuto de filme).
Um murro no estômago que - por não ter música nem diálogos - ainda se torna mais difícil o seu visionamento integral. "Begotten" está recheado de imagens de dor, sofrimento, mutilação, vómitos, sexo perverso, fantasmas, simbologia, ocultismo e sangue. Basta referir que a primeira sequência do filme representa Deus a estripar-se e esvaiar-se em sangue...
O filme lida fortemente com religião e com a história bíblica da Criação e de alguns mitos religiosos e pagãos. O realizador, E. Elias Merhige (mais conhecido por ter feito o filme "A Sombra do Vampiro"), referiu que a sua principal inspiração foi uma experiência de quase morte que ele vivenciou quando tinha 19 anos, após um acidente de carro. Essa vivência está estampada no filme, com uma rudeza artística rara, que não faz quaisquer concessões ao espectador.
O filme lida fortemente com religião e com a história bíblica da Criação e de alguns mitos religiosos e pagãos. O realizador, E. Elias Merhige (mais conhecido por ter feito o filme "A Sombra do Vampiro"), referiu que a sua principal inspiração foi uma experiência de quase morte que ele vivenciou quando tinha 19 anos, após um acidente de carro. Essa vivência está estampada no filme, com uma rudeza artística rara, que não faz quaisquer concessões ao espectador.
Não espanta que o músico Marilyn Manson tenha contratado Elias Merhige para realizar três dos seus videoclips (pelo meio também realizou para os Interpol e os Danzig). Visionar "Begotten" é uma experiência exigente, dura, mas recompensadora. Ficamos com a firme crença de que acabámos de ver uma das obras mais "avantgarde" e experimentais de sempre e um dos filmes de culto mais bizarros da história do cinema:
4 comentários:
Nunca tive ímpeto (nem coragem?) para ver isto. Talvez um dia destes... :)
Tenho um bocado de medo deste filme, mas vi outro do mesmo realizador, Shadow Of The Vampire, que imagino seja completamente diferente, mas não deixa de ser curioso e algo único. Cumprimentos
http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/
O "Shadow of The Vampire" é totalmente mainstream comparado com "Begotten" ;) Mas é um bom filme, com um Williem Dafoe em grande.
Ví, é um pouco cansativo, a gente não entende muito mas em flashs, notamos , toturas , sadismo, loucura, mutilacão, sexo, bizarrices, culto, ritual, maldade, é uma tortura psicológica. As vezes dá a impressão de ser real, as pessoas são abatidas como como frango, acho que nem frango é torturado deste jeito, tem muito sangue, visceras etc...
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