Lê-se e não se acredita (no Diário de Notícias): depois da Cinemateca Nacional ter comunicado que já não tinha dinheiro para as legendagens electrónicas, agora informa que, face a "condicionalismos administrativos e financeiros", já não tem condições para a impressão do seu programa (o veículo mais importante de divulgar a sua actividade).
Todas as decisões - ou grande parte delas - de despesas de uma instituição como a Cinemateca, têm de ter a autorização do Ministro das Finanças, Vítor Gaspar. E como é conhecida a obsessiva e cega visão economicista deste ministro, corta-se em tudo o que é possível e mais banal, prejudicando gravemente o funcionamento normal de uma instituição nacional como a Cinemateca.
E este é apenas um exemplo, no meio de muitos outros: é impressionante constatar a forma desprezível como o Governo português trata a cultura e como a visão da mesma provoca a destruição de toda uma memória cultural (material e imaterial) que levou décadas a construir em Portugal.
Julgo que os governantes deste país não ficarão parados até verem todas as instituições culturais em completo e vil abandono (para poupar dinheiro, claro). Trata-se já de consumar um objectivo político: matar a cultura.
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