Quando Malick regressou depois de 20 anos sem fazer um único filme, gostei do que vi: "A Barreira Invisível" (1998) e mais tarde "O Novo Mundo" (2005). Já torci a orelha com "A Árvore da Vida" (2011), por achar que era uma meditação filosófica inócua e demasiado formalista. Agora que acabei de ver "To The Wonder" ("A Essência do Amor") fiquei com a nítida sensação que Malick precisa de fazer nova longa pausa para refrescar as ideias.
Terrence Malick parece que se tornou num evangelista de uma seita qualquer. Usa e abusa de clichés que já não se aguentam (que o próprio criou e se alimentou deles): contei largas dezenas de planos com o sol a espreitar por detrás de qualquer coisa (nascer e pôr-do-sol são uma especialidade do realizador), as personagens (mulheres) a correr, saltar e a tocar em flores e campos de trigo, a câmara ao ombro atrás dos actores, fotografia bonitinha estilo postal ilustrado, musiquinha de violinos a acompanhar, voz off a sussurrar chavões new-age para dar "profundidade" ao tema do amor e da perda, montagem sempre irrequieta e imprevisível, o Javier Bardem ridículo e nada credível como padre, o Ben Affleck sem dizer uma única palavra durante todo o filme, divagações narrativas sem estrutura consistente...
Ou seja, o realizador recorreu a uma fórmula cinematográfica gasta e que chega a irritar de tão repetitiva e sem surpresas. São chavões e lugares-comuns a mais num cineasta que se julgava especial.
Veremos se Malick consegue renovar a sua linguagem e surpreender com o seu próximo filme...
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Nota: agora percebo melhor a opinião negativa que o realizador português João Salaviza tinha de "A Árvore da Vida".
Ou seja, o realizador recorreu a uma fórmula cinematográfica gasta e que chega a irritar de tão repetitiva e sem surpresas. São chavões e lugares-comuns a mais num cineasta que se julgava especial.
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2 comentários:
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O salaviza é uma merda para julgar alguém como Malick. A árvore da vida é um filme inquietante e, isso só está ao nível dos demais
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