Hoje fui surpreendido por um graffiti numa parede da minha cidade. É um graffiti tão simples mas inteligente e que transmite uma imensa verdade: hoje a televisão é sobretudo um veículo comunicacional que potencia o embrutecimento da população (já o referi várias vezes neste blogue, aliás). À frente do televisor o indivíduo deixa de ter "existência" própria e age consoante a ditadura da informação e do entretenimento que são veiculados pela "caixa mágica". Isto é, através de uma lavagem cerebral mais ou menos oculta, deixa de "pensar" e assume um papel totalmente submisso e passivo ("só assisto"). E quando falo em pensar, falo em pensar de forma crítica e racional.
A televisão é um instrumento que estupidifica, que se submete ao controlo dos grandes grupos económicos e se rege unicamente pela ditadura das audiências, produzindo cada vez mais lixo, cada vez mais conteúdos fúteis e supérfluos. Ver televisão é cada vez mais uma actividade boçal e de total perda de tempo.
Isto leva-me a pensar no magnífico - e premonitório - filme "Eles Vivem" (1988) de John Carpenter. Filme em que todos os meios de comunicação social eram dominados por extraterrestres que mantinham a aparência de um mundo real quando, na realidade, o que existia era um conjunto de ordens subliminares para a população "obedecer", "não protestar", "consumir", "ver televisão", "não pensar", "dormir"... A verdadeira realidade, tenebrosa e refém de interesses iníquos, só podia ser contemplada com uns óculos especiais...
Voltando ao graffiti e contrariando a sua mensagem: devemos cada vez mais "pensar" (criticamente e pelas nossas próprias cabeças), cada vez mais "existir" (em conformidade com os tempos actuais) e cada vez menos "assistir" (passivamente, sem reacção).
Voltando ao graffiti e contrariando a sua mensagem: devemos cada vez mais "pensar" (criticamente e pelas nossas próprias cabeças), cada vez mais "existir" (em conformidade com os tempos actuais) e cada vez menos "assistir" (passivamente, sem reacção).
4 comentários:
Concordo inteiramente. É por isso que há três anos que a televisão desaparaceu em minha casa. Desapareceu literalmente, não tenho, para grande espanto das pessoas a quem digo isso e que olham para mim como se eu fosse um E.T. e... certamente uma alienada do mundo. Mas como se vive bem sem TV e como temos mais mundo sem esse aparelho que nos entorpece.
O graffito é realmente excelente e, depois de ter lido este texto, tenho mais um filme para conhecer.
Parabéns pelo blogue, que já sigo há bastante tempo e com o qual aprendo muito.
Pelo menos na tv aberta não tem nada que me prenda, sendo que as unicas coisas que eu assisto são os desenhos como os Simpsons.
Alice: obrigado pelo comentário.
recentemente vi o trust de hal hartley, em que a personagem repudiava totalmente a televisão, até que encontrou um emprego estável. a partir daí passou a ver televisão pois considerava ser a única forma de aguentar o seu trabalho e os sacrifícios de consciência que fazia.
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