Quem lê regularmente este blog sabe que tenho uma especial adoração pelo cinema de Andrei Tarkovski e de Béla Tarr. Há quem defenda que o cineasta húngaro deve muito ao cineasta russo. Não saberia medir em termos quantitativos, mas é verdade que Tarr foi fortemente influenciado pela cinema metafísico de Tarkovski. Não só pela temática abordada - deambulações existenciais, presença e ausência de Deus, perda de fé na humanidade; mas também nos aspectos formais - longos planos-sequência, montagem minuciosa, estética visual densa e apurada.
Ora, quem viu o filme "Satantango" (1994) de Béla Tarr ou o recente "O Cavalo de Turim" (2012) sabe como a presença do vento era um elemento dramático e até cénico no seu cinema (como nesta cena). A questão é que o vento era também um elemento da natureza muito presente na estética tarkovskiana. Como no filme "O Espelho" (1975), no qual há várias cenas memoráveis e poéticas com o força do vento a varrer toda a paisagem:
1 comentário:
No Zerkalo há também aquele momento fantástico em que o vento entorna vinho sobre uma mesa de bilhar. Acredito que o Tarr deve muito ao Tarkovsky, mas honestamente acho que fica a milhas em termos de profundidade e emoção.
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