O Homem Que Sabia Demasiado - O filme que obteve maior sucesso foi "Recordações da Casa Amarela", visto por quase 40 mil espectadores.
João César Monteiro - Sim, mas a minha atitude é sempre a mesma: nas tintas para o público. Afinal de conta, é um filmezinho...
O Homem Que Sabia Demasiado - Afinal, que tipo de cinema e de cineastas lhe interessam?
João César Monteiro - Há, de facto, duas ou três dezenas de bons cineastas espalhados pelo mundo, desde Taiwan até Tiblissi, passando quiçá por Lisboa, o Canadá e mesmo a América. É esse cinema que a mim me interessa e não outro qualquer, nem essa coisa artificial que é o cinema europeu. Europeu? Então e os africanos? E nós, somos europeus de que lado? Nós a única coisa que temos virado para a Europa é o cu.
O Homem Que Sabia Demasiado - Mas esse é o tipo de cinema que raramente se consegue ver na exibição comercial.
João César Monteiro - Pois é, e não admira, dada a selvajaria que se tornou a exibição do cinema em Portugal. Eu gosto de ver filmes. Mas filmes que sejam cinema, e não fogo-de-artifício. A maior parte dos filmes hoje produzidos são só merda... merda... Mas talvez eu já esteja a divagar...
O Homem Que Sabia Demasiado - Porque é que escolheu o cinema como forma de expressão artística, conehcendo a sua paixão pela poesia e pela literatura?
João César Monteiro - É uma pergunta ingrata. Porque é que se escolhe uma coisa e não se escolhe outra?!
O Homem Que Sabia Demasiado - O seu cinema sempre foi considerado de autor, inconformado, irreverente, facto que as más línguas gostavam de criticar.
João César Monteiro - Eu quero é que as más línguas se fodam!
O Homem Que Sabia Demasiado - Mas... Porque é que...
João César Monteiro - E quero também que o senhor se foda e não me chateie mais com perguntas idiotas!
5 comentários:
Ele era torto, mas também...
Acho a ideia interessante das entrevistas postumas mas o Joao Cesar Monteiro era tao mas tao imprevisivel que é ingrato fazer uma entrevista postuma com ele.
É fake a entrevista?
É fake a entrevista?
claro que é fake, como todas as entrevistas póstumas.
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