"O Mentor" de Paul Thomas Anderson: grande expectativa, semi-desilusão.
O filme é todo ele carregado às costas por dois soberbos actores, Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix. E, claro, pela não menos soberba realização e mise-en-scène de Paul T. Anderson. Só que fiquei com a notória sensação de que a história e o ritmo com que é narrada são componentes menos conseguidos do filme.
O argumento emaranha-se em episódios arrastados e até inconsequentes e parece que nunca consegue arrancar para a intensidade que se desejava como é habitual num filme de Anderson. Hoffman compõe um notável personagem, fanático e obsessivo. Phoenix é convincente na alma penada à procura de uma salvação terrena (só não ganha o Óscar de Melhor Actor porque existe um senhor chamado Daniel Day-Lewis).
O filme é todo ele carregado às costas por dois soberbos actores, Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix. E, claro, pela não menos soberba realização e mise-en-scène de Paul T. Anderson. Só que fiquei com a notória sensação de que a história e o ritmo com que é narrada são componentes menos conseguidos do filme.
O argumento emaranha-se em episódios arrastados e até inconsequentes e parece que nunca consegue arrancar para a intensidade que se desejava como é habitual num filme de Anderson. Hoffman compõe um notável personagem, fanático e obsessivo. Phoenix é convincente na alma penada à procura de uma salvação terrena (só não ganha o Óscar de Melhor Actor porque existe um senhor chamado Daniel Day-Lewis).
Porém, tudo gira demasiado à volta da relação destas duas figuras icónicas e pouco mais de substancial sobra para a memória futura do espectador.
Pelo que apetece perguntar directamente: Paul Thomas Anderson, onde está o grande fôlego e criatividade que revelaste quando fizeste "Magnólia" ou "Haverá Sangue"?
8 comentários:
Daniel Day-Lewis é o Messi e Joaquin Phoenix o Ronaldo dos óscares este ano
Sugestão para cinéfilos http://letterboxd.com
Essa é realmente a pergunta que se impõe, onde raios foi a originalidade que mostrou nesses filmes anteriores. Ambos são realmente bons, mas o Day-Lewis merece a vitória.
Cumprimentos,
Rafael Santos
Memento mori
Infelizmente, por mais bons que sejam os filmes de Anderson, parece que os membros da academia nunca estão preparados para eles. Só assim para explicar o fato dos seus filmes receberem sempre poucas indicações.
Das poucas vezes que o faço, desta sou obrigado a discordar.
Não penso que o The Master seja uma obra menor. Penso que todos esses "episódios arrastados e inconsequentes" são uma ilustração do indivíduo, uma forma de questionar todos os problemas levantados pelo PTA, não só sobre religião, como sobre o estatuto de identidade pessoal e colectiva. Sendo o indivíduo o cerne de todos os filmes do PTA, daí a rigorosa direção de actores que ele executa.
De certa forma, respeitando escalas e concepções, era aquilo que o César Monteiro fazia na trilogia do João de Deus, excertos e acções aparentemente inconsequentes mas necessárias à caracterização do indivíduo.
Brevemente vou estender a minha opinião na Sombra!
Bom trabalho Victor!
Tiago: os leitores não têm sempre de concordar comigo ;)
Victor, como leitor assíduo que sou, a maior parte das tuas opiniões são partilhadas por mim!
discordo em absoluto com todo o seu post :)
Se o óscar tivesse ido para o Joaquim, eu ficava igualmente contente. Aliás, já não se via tamanho jovem actor desde o De Niro, que havia sucedido o Brando! Muitas muitas palmas para o Joaquim nesta papel
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