domingo, 22 de dezembro de 2013

Matt Elliott - Das profundezas da alma




Lembram-se de ter referido, em Agosto, um trabalho audiovisual de homenagem à tragédia do submarino Kursk (ver aqui)? Essa música que acompanhava o assombroso vídeo era da autoria de um dos maiores compositores actuais (na minha opinião): Matt Elliott. 
Ex-líder de um dos mais interessantes projectos de electrónica dos anos 90, The Third Eye Foundation, Matt Elliott enveredou na primeira década de 2000 por uma carreira a solo (por vezes com músicos convidados) na área da "dark folk". Sempre acompanhado por uma guitarra acústica, melodias inspiradas na folk, no tango ou na canção popular italiana, Matt Elliott tem feito alguma da mais sublime música da última década em álbuns como "Drinking Songs" (2005), "Failing Songs" (2006), "Howling Songs" (2008), ou "The Broken Man" (2012). 
A música de Matt é profundamente densa e por vezes lúgubre, canta os devaneios da existência humana desesperada. Erradamente comparado a Yann Tiersen, a música de Matt Elliott é muito mais exigente e versátil: as suas subtis melodias não raras vezes desembocam em frenéticas explosões de ruído e camadas sonoras de coros hipnóticos (Matt tem uma voz sublime). É uma música desafiante (tem canções de 17 minutos), comovente e possante como poucas.
No final de 2013, editou um álbum cujo título é, porventura, o mais inspirador de todo o ano: "Only Myocardial Infarction Can Break Your Heart" e é uma verdadeira pérola de encanto.
Quanto a mim, é um dos melhores discos deste ano e basta ouvir o longo e belíssimo tema "The Right to Cry" para perceber o alcance das minhas palavras. Ou então, deixar-se levar por esta espantosa actuação ao vivo: 14'30'' de música inclassificável e muito, muito intensa (sobretudo os últimos 5 minutos).
Experimentem e dir-me-ão de vossa justiça...



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