Sempre tive um enorme respeito pelos músicos de rua. Cada vez que passo por um, seja que instrumento estiver a tocar, ou seja um mau ou grande instrumentista, faço questão de deixar umas moedas (talvez tenha esta sensibilidade pelo facto de também ser músico). Nem é tanto pela coisa da caridade, mas sim por respeito a um artista que - precisa de dinheiro é certo - toca durante horas na rua em troco de umas moedas.
Ora, o Município de Madrid resolveu obrigar todos os músicos de rua a submeterem-se a um casting para aferir da qualidade artística de modo a obterem uma autorização para tocar na rua (ler notícia). É uma medida estranha e que provocou reacções contraditórias: houve quem aprovasse a ideia, e houve quem a condenasse.
Seja como for, músicos talentosos como este jovem guitarrista (que tem uma técnica singular!) não precisam de documentos camarários para merecerem todo o nosso respeito e admiração:
Seja como for, músicos talentosos como este jovem guitarrista (que tem uma técnica singular!) não precisam de documentos camarários para merecerem todo o nosso respeito e admiração:
2 comentários:
Parece-me uma medida ridícula. Ainda a semana passada estive em Madrid e vi artistas brutais no metro.
Btw, sou um fã so Scott Dumbar http://www.youtube.com/watch?v=w8MJ7wlPE2E
Já agora, também deviam regulamentar o vestuário e o corte de cabelo - dos músicos e de todos os que põem os pés na rua. E porque não multar quem só sabe falar aos berros, por exemplo? É uma "música" bem desagradável ao ouvido, não? É pior do que ouvir um mau músico. Ah, e também deviam estabelecer padrões de exigência para os vendedores ambulantes e não tolerar a poluição visual com certas peças de mau gosto.
Regulamentar a rua em função do bom gosto? Primeiro, precisávamos de saber o que é o bom gosto... Mas eu não quero que ninguém legisle o que é bom gosto, que venham decidir por nós o que é bom e o que é mau, que decidam o que posso ver e ouvir na rua. Quero uma rua onde haja espaço para todos os gostos. Desejo um mundo onde também haja mau goto (pelo menos, segundo os meus padrões) porque, acima de tudo, a pluralidade é um valor sagrado. Se não gosto de um artista de rua, tenho bom remédio... Razão tinha o Einstein quando falava das duas coisas infinitas que há no mundo - uma delas a estupidez humana. Esta notícia é revoltante e a medida é perigosa pela mentalidade que revela. Hoje os músicos. Amanhã quem e o quê?
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