No dia 1 de Maio de 1947, Evelyn McHale, de 23 anos, depois de discutir com o seu namorado, lançou-se para o vazio desde o miradouro situado no andar 86 do famoso Empire State Building de Nova Iorque (no bolso do seu casado havia uma nota: "Ele está muito melhor sem mim, não seria uma boa esposa").
No outro lado da rua, Robert Wiles, estudante de fotografia, ao ouvir o tremendo impacto aproximou-se com a sua câmara e fotografou o corpo da bela jovem que caíra sobre o tecto de uma limusine de um mandatário das Nações Unidas, estacionada perto da Quinta Avenida. Esta fotografia correria mundo e ficou conhecida como "The Most Beautiful Suicide".
"A Bela Suicida".
A imagem de Evelyn morta no meio dos destroços da limusine é, ao mesmo tempo, chocante e enternecedora. E prova como a morte e o acto suicida, por mais brutal que seja, pode ter contornos poéticos. A fotografia quase parece encenada: repare-se como a sua mão esquerda parece acariciar o colar de pérolas. A serenidade do seu rosto, as pernas cruzadas e a elegância do seu corpo como se estivesse simplesmente deitada a descansar - sem vestígios de sangue - no meio da destruição, criam uma imagem quase onírica (terá sido esta imagem que motivou David Cronenberg a realizar o filme "Crash"?).
A fotografia apareceu publicada em Maio de 1947 na revista Life e anos mais tarde, em 1963, o guru da Pop Art, Andy Warhol, fascinado pela iconografia trágica, utilizou a mesma foto de Robert Wiles para criar um quadro intitulado "Suicide" ("Fallen Body").
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