É conhecida a grande resistência que muitos realizadores e actores do cinema mudo tiveram para aderir ao cinema falado. Enquanto o período mudo durou (até 1927), a história de cada filme era contada através dos célebres intertítulos, caixas pretas com as legendas dos diálogos ou pensamentos dos personagens. O curioso é que em Hollywood alguns realizadores mais audazes ambicionaram criar filmes puramente visuais, e que tivessem o mínimo de intertítulos possíveis.
O grande Buster Keaton era um desses realizadores que tentou reduzir ao mínimo o número de intertítulos, privilegiando a acção puramente visual. Foi então que Buster desafiou amigavelmente o seu rival Charlie Chaplin para ver quem dos dois realizaria o filme com menos intertítulos. Um filme mudo tinha, em média, 240 intertítulos. O máximo que Buster Keaton tinha utilizado foram 56.
Eis o resultado desse interessante desafio: Chaplin realizou um filme com apenas 21 intertítulos, enquanto que Buster fez um filme com 23.
Mas o verdadeiro record viria da Alemanha Expressionista: F.W. Murnau realizou um filme mudo sem intertítulos e puramente visual: "O Último Homem" (1924).
(Esta é uma das muitas histórias que revela o livro "Hollywood - Estórias de Glamour no Império do Cinema").
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