segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Portugal: cultura é para o lixo


Este é um inquérito sobre o qual importa reflectir:
"Portugueses são dos que têm menos actividade cultural da Europa. Em termos de frequência na participação em actividades culturais, como ler ou visitar museus, os países nórdicos revelam os melhores resultados: Na Suécia, 43% dos cidadãos descrevem a sua taxa de participação como elevada ou mesmo muito elevada, seguindo-se a Dinamarca (36%) e os Países Baixos (34%).
Portugal é, com Chipre, um dos países do fim da tabela, com apenas 6% da população a registar uma participação elevada ou muito elevada, apenas ultrapassados pela Grécia, onde 5% dos cidadãos diz ter uma actividade cultural frequente. Este Eurobarómetro revela que 49% dos portugueses aponta a falta de interesse como razão para não ler livros, sendo que 35% dos portugueses dizem não ter ido a concertos no último ano por falta de dinheiro."
---------
Toda a restante (e deprimente notícia) aqui.

1 comentário:

Alice N. disse...

É muito triste, sem dúvida.
Vivo numa cidade do interior com uma oferta cultural bastante boa e diversificada. A interioridade tem, neste caso, uma vantagem: os preços são geralmente baixos se comparados com os da capital. Mesmo assim, a sala de espectáculos está quase sempre vazia ou muito longe de encher. Quando penso em certas pessoas que nunca vejo em evento nenhum, percebo que a alfabetização e o grau académico não chegam para que um país seja culturalmente desenvolvido. Há uma educação cultural e uma mudança de mentalidades que está por fazer no nosso país. Discutem-se as potencialidades do último grito em informática, mas não se fala de filmes, livros, etc.
Há tempos, uma jovem universitária queixava-se do preço dos livros. Tem razão, são indecentemente caros e as boas edições de bolso ainda são raras. No entanto, lembrei-lhe que existe uma excelente biblioteca municipal na nossa cidade e onde vejo pouca gente. Frequentam-na sobretudo idosos que vão para lá ler o jornal gratuitamente ou educadoras de infância que levam os pequeninos às actividades de leitura. Tenho muita esperança nos efeitos do Plano Nacional de Leitura, a longo prazo, se ele não for abandonado, mas parece que está a ser deixado para trás por causa dos cortes... Mas enquanto houver bibliotecas públicas e educadores e professores que motivem os mais novos para a leitura, ninguém deixará de ler por falta de dinheiro.
A falta de tempo também é outra razão muito interessante. O trabalho absorve-nos de uma forma excessiva, é verdade. Vivemos num tempo de uma nova escravização. Mas há que pensar nas prioridades para o pouco tempo livre que nos resta; por exemplo: telenovela ou um bom livro? Mesmo sem inquéritos, basta olhar à nossa volta e perceber que há sobretudo desinteresse e muita preguiça mental por parte de adultos que se queixam da preguiça e do desinteresse dos mais novos... O que fazer? A esperança passa pela escola, mas, isso dava para um comentário demasiado longo e talvez ainda mais deprimente...