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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Jim Morrison - 41 anos depois

Há precisamente 41 anos, morria uma das figuras musicais mais emblemáticas e influentes da história do rock: Jim Morrison. Oportunidade para ver (ou rever) o excelente documentário "The Doors: When You're Strange" (2009). 
Realizado por Tom DiCillo e narrado pelo actor Johnny Depp (também ele fã de Morrison), este notável documentário revela momentos únicos do percurso atribulado dos The Doors, como concertos ao vivo, filmagens de arquivo, de bastidores e da vida mais íntima de cada elemento da banda, com especial enfoque no carismático líder, Jim Morrison, o "Rei Lagarto".
O documentário na versão integral:

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Primeiros minutos perfeitos


Na vida de qualquer cinéfilo há memórias intensas que nunca se apagam. É o caso da primeira vez que vi "Apocalypse Now", a obra-prima de Francis Ford Coppola. Tinha uns 16 anos e vi-o num antigo cinema que agora já não existe. Com essa idade, quase não tinha ainda visto cinema de qualidade em sala, e aquela experiência foi deveras forte. Há muitos momentos geniais e inesquecíveis no filme de Coppola, mas das coisas que mais me lembro e mais me marcaram foi a sequência inicial. Fiquei atónito logo com os primeiros minutos do filme, porque nunca tinha visto nada assim antes: primeiro um plano fixo da selva, silêncio, sons de pás de helicópteros, de repente, um som de uma guitarra e a voz de Jim Morrison a cantar "This is The End..." no exacto momento em que o napalm incendeia as árvores. O ecrã iliminava-se perante os meus olhos em total espanto. Enquanto as imagens de destruição ao som da música dos The Doors me impressionava, fiquei novamente surpreendido com a introdução da magnética voz off de Martin Sheen ("Saigão"....). Diria que são os primeiros minutos mais hipnóticos de sempre da história do cinema. 
Na verdade, depois de muitos anos e muitos filmes vistos, concluo que nenhum outro início de filme provocou um impacto emocional em mim como este.
Ver a sequência completa aqui.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Morrison. Jim Morrison.


Jim Morrison morreu há 40 anos.
Nunca fui um particular fã do cantor dos The Doors, mas não sou alheio ao culto que a sua personalidade transmite. Uma das mais fortes e inebriantes personalidade que a história do rock conheceu.
Dono de uma voz que podia ser tão doce quanto intempestiva, responsável por algumas das mais intensas actuações em cima do palco, Morrison era uma espécie de xamã (como o próprio gostava de ser reconhecido) que emitia ondas de energia sempre que cantava os seus poemas (influenciados por poetas malditos como Rimbaud, Allen Ginsberg ou Baudelaire).
A música dos Doors pretendia ser livre de amarras num tempo de contracultura libertária (movimento hippie, beat generation…) e a liderança de Jim foi o farol de intervenção junto de toda uma geração.
Por isso fazem tanto sentido, nos anos 60 como agora, as seguintes palavras visionárias de Jim Morrison:
"Tudo o que tenha a ver com desordem, revolta e caos interessa-me; e interesssam-me particularmente as actividades que parecem não ter nenhum sentido. Talvez sejam o caminho para a liberdade. A rebelião externa é o único modo de realizar a libertação interior."

segunda-feira, 25 de abril de 2011

27

(A propósito dos recentes posts sobre suicídio e 'entrevista póstuma' a Jimi Hendrix):
É um fenómeno recorrente os ícones da cultura popular serem imortalizados quando morrem. Mesmo que sejam famosos e talentosos em vida, se morrerem jovens e, sobretudo, de causa trágica e misteriosa (suicídio, acidente, homicídio), é certo e sabido que se tornam ícones eternos no imaginário popular.
O fenómeno só podia ter começado com uma arte de massas: o cinema. Rudolfo Valentino, primeiro ídolo do cinema mudo morreu aos 31 anos em 1926 e deixou em total histeria milhões de admiradoras (conta-se que várias mulheres cometeram suicídio devido ao desespero). Depois, foi James Dean que morreu vítima de um acidente de carro com 24 precoces anos, em 1955, imortalizando a sua figura como referência incontornável da cultura do século XX. De resto, foi com Dean que se incutiu no imaginário das estrelas pop a máxima : "live fast, die young and leave a good-looking corpse". Muitos levaram à risca esta filosofia de vida.

Mas seria a partir de 1969 que a morte de artistas famosos - nomeadamente músicos - tomaria um rumo verdadeiramente iconográfico. Começou em 1960 com a morte de Brian Jones (Rolling Stones), seguiu-se a morte de Jimi Hendrix e Janis Joplin em 1970. O líder carismático dos The Doors, Jim Morrison, morreria em circunstâncias misteriosas um ano depois. Este quarteto de mortes foi apelidado de "Clube 27", pelo facto de todas estas figuras da música terem morrido com a idade de 27 anos. Mera coincidência?
Conta-se que foi um desejo mórbido de se juntar a este clube que o líder dos Nirvana, Kurt Cobain, se matou em 1994, também com 27 anos. Que insondável e misterioso desígnio se esconde por detrás deste fenómeno que leva à morte artistas populares como estes aos 27 anos? Apesar deste ser o quinteto mais famoso do fatídico e mórbido clube, muitos outros artista/músicos se podiam incluir no rol dos falecidos com 27 anos (por suicídio ou acidente). A saber:

- Pete de Freitas, guitarrista dos Echo and The Bunnymen

- Robert Johnson, guitarrista de blues

- Dave Alexander, baixista dos The Stooges

- Gary Thain, baixista dos Uriah Heep

- Kristen Pfaff, baixista das Hole

- Jeremy Michael Ward, músico dos The Mars Volta

- Mia Zapata, vocalista do grupo punk The Gits

- Ron McKernan, teclista dos Grateful Dead

- D. Boon, vocalsita do grupo punk Minutemen

- Rupert Brooke, poeta inglês

- Jean-Michel Basquiat, artista plástico

- Jonathan Gregory Brandis, actor americano

- (...)


Ian Curtis não quis esperar para entrar no "Clube 27" e, 4 anos antes de chegar a essa idade, cometeu suicídio. Mesmo não havendo nenhum "Clube 23" no qual pudesse estar representado, não é por este facto que o espírito do cantor dos Joy Division não vive no panteão mais alto dos ícones musicais de toda a história.

sábado, 29 de janeiro de 2011

The Young Gods: rock sem guitarras

A mítica banda de culto The Young Gods, inicia hoje uma mini-digressão por Portugal: hoje no Porto, Domingo e Segunda-feira em Lisboa, e Terça-feira na Guarda.

Em 1985, uma revolução musical teve lugar em Genebra, Suíça, perpetrada por um jovem admirador de Jim Morrison (Doors) e dos Swans. Esse jovem, Franz Treichler, foi o mentor de uma das mais visionárias bandas dos últimos 25 anos: The Young Gods. Da pacata Suíça surgia, assim, um vulcão de energia e de insurreição sonora, tão influente para uma geração de músicos e bandas de todo o mundo.
No início de carreira, essa rebelião sonora foi corporizada com o recurso a equipamento rudimentar: magnetofones, dois teclados e um sampler Akai básico. Foi o material suficiente para incendiar as primeiras actuações ao vivo dos The Young Gods, ainda detentores de uma sonoridade agreste e com as performances carismáticas do vocalista e líder (que cantava, com a mesma fluência, em três línguas diferentes: inglês, alemão e francês). A Inglaterra, país atento aos novos valores, reparou na originalidade do trio suíço (uma banda de guitarras sem… guitarras!), pelo que não tardou que a editora independente Wax Trax! editasse, em 1987, o primeiro álbum de originais da banda. A imprensa depressa rotulou os The Young Gods como pioneiros do rock industrial, uma classificação acertada, uma vez que recorriam a pesados riffs de guitarra samplados, voz cavernosa e ritmos marcantes.
O jornal inglês Melody Maker descrevia a música do grupo como sendo o “rock mais incendiário do momento, capaz de criar um novo horizonte musical”. E estava tudo dito. O primeiro álbum, “The Young Gods” foi, por isso, uma fulgurante estreia que lançou sólidas sementes para uma brilhante carreira de 25 anos.
Apenas dois anos depois, em 1989, os The Young Gods subiam a parada com a obra-prima “L’Eau Rouge”, lançado por uma editora mais respeitada, Play It Again Sam. Neste disco, o trio de Franz Treichler, depurou a sua música, com uma mistura cirúrgica de orquestrações clássicas com guitarras noisy e ritmos industriais. Foi a rampa de lançamento da banda, não só na Europa como, sobretudo nos EUA, país pelo qual começaram a fazer várias digressões de sucesso.
Duas bandas seminais do rock alternativo norte-americano, Ministry e Nine Inch Nails, assumiram desde a primeira hora, a influência directa da música dos Young Gods. Porém, nada fazia prever que, ao terceiro álbum, os The Young Gods voltassem a surpreender com um álbum tremendamente original. Em 1991 o grupo lançou o álbum “Play Kurt Weill”, extraordinário e sofisticado disco de versões do célebre compositor alemão Kurt Weill, que Al Comet (teclista do grupo) considerou o “pai de toda a música pop”.
As grandes canções de Weill, como “Alabama Song” (cantada em tempos por Jim Morrison), “September Song”, “Mackie Messer” ou “Speak Low”, foram magistralmente recriadas pela banda suíça, com arranjos superlativos que misturaram a fidelidade à tradição e a vontade de inovação estética. Apesar da sonoridade alternativa e fora dos domínios do mainstream, os The Young Gods estavam, cada vez mais, a afirmar-se junto de novos públicos.
O empurrão para tal foi conseguido com o disco “T.V. Sky” (1993), totalmente cantado em inglês e que continha alguns dos maiores êxitos da banda: “Gasoline Man”, “Skinflowers” e “T.V. Sky”. Os anos 90 seriam ainda relevantes para a carreira dos suíços, uma vez que o álbum “Only Heaven” (1995) seria marcante para a carreira do grupo.
Após um silêncio de cinco anos, os The Young Gods regressaram em força na primeira década de 2000, com uma sonoridade mais electrónica, ambiental e menos visceral: os álbuns “Second Nature” (2000), “Music for Artificial Clouds” (2004) e “XXY” (editado em 2005 para celebrar 20 anos de carreira) e “Super Ready/Fragmenté” (2007) constituíram discos que proporcionaram uma grande diversidade de fãs.
Em 2008, o trio de Franz Treichler, sempre conotado com a música digital e electrónica, explorou um registo nunca anteriormente abordado: o acústico. Partiram para uma digressão de sucesso (que passou por Portugal) totalmente acústica, apresentando as grandes canções que marcaram 25 anos de actividade intensa. Entretanto, no final de 2010, Os The Young Gods lançaram um novo álbum, intitulado “Everybody Knows”, que regista uma nova etapa na criatividade do grupo, conseguindo regenerar a sua sonoridade, mais electrónica, mais contida, mas sempre com indesmentível energia e rasgo criativo.
Portugal será, por estes dias, um palco privilegiado para a apresentação do novo álbum (assim como alguns grandes êxitos mais antigos). Um palco que, certamente, será um lugar de total celebração musical. E pegando numa expressão de um jornalista inglês proferida há muitos anos, o concerto desta banda mítica será um momento de puro e contagiante “Unforgettable Fire” (por sua vez, uma expressão extraída de uma música dos U2). E não se pode pedir mais nada, portanto.
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Texto de Victor Afonso
Publicado no BIS (Boletim do TMG) na edição relativa aos meses de Janeiro, Fevereiro e Março 2011.
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"Miles Away" - do novo álbum "Everybody knows"

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

15 de Agosto de 1979 - Apocalypse Now


No dia 15 de Agosto de 1979 estreava nos EUA "Apocalypse Now", a obra-prima (ou uma das obras-primas) de Francis Ford Coppola. Foi no Festival de Cinema de Cannes desse ano que Coppola proferiu, numa conferência de imprensa, uma das frases mais célebres alguma vez ditas acerca de um filme: "Este não é um filme sobre o Vietname, este filme é o próprio Vietname" (o cineasta referia-se às tremendas dificuldades de realização e de produção deste filme que lhe provocou a ruína financeira, cinco anos de desgaste infernal, tentativas de suicídio, tempestades tropicais que destruíram os cenários, doenças na equipa, ataques cardíacos de Martin Sheen e caprichos infindáveis de Marlon Brando).

Lembro-me como se fosse hoje, mas já foi há mais de 20 anos. Entrei na sala de cinema, num Cine-Teatro outrora majestoso e na altura decadente, e fiquei agarrado à cadeira logo nos primeiros 10 minutos de filme. Era um jovem saído da adolescência e não estava preparado para o impacto emocional que foi ver, em ecrã gigante e numa sala quase vazia, esse monumento chamado "Apocalypse Now".
Não vou discorrer banalidades sobre uma obra-prima já milhentas vezes comentada por críticos de cinema, historiadores e cinéfilos. Mas a história do cinema também é feita das estórias vivenciadas pelos espectadores. E ver o filme de Francis Ford Coppola foi uma dessas fortes experiências. É um filme denso e complexo sobre a guerra e suas motivações, mas é também um filme sobre a negritude da mente humano e da loucura que se apodera dela (ou não fosse o filme inspirado no livro "O Coração das Trevas" de Joseph Conrad).
A viagem do Capitão Willard (espantoso Martin Sheen) pelo coração da selva do Vietname à procura do Coronel Kurtz (espantoso Marlon Brando), é uma viagem de expiação e de sacrifício. E se me perguntarem qual a voz off mais marcante de toda a história do cinema, só poderei citar a de Martin Sheen, que nos agarra logo quando começa o filme a dizer: "Saigon... shit; I'm still only in Saigon... Every time I think I'm gonna wake up back in the jungle."

Há dezenas de cenas e sequências que poderiam ser abordadas (e não se resumem ao célebre ataque de helicópteros ao som de Wagner), mas o início do filme é especialmente prodigioso, uma conjugação perfeita entre som e imagem. Aliás, é quanto a mim, um dos mais intensos inícios de filme jamais concebidos (7 minutos): o arranque do filme sem créditos, plano fixo das selva, silêncio primeiro, ruído das pás dos helicópteros depois, fumo que surge paulatinamente, voz de Jim Morrison a cantar "This is the End" ao mesmo tempo que vemos explosões de napalm. De seguida, surge o capitão Willard (Sheen) "à espera em Saigão". O desespero patente no rosto de Willard manifesta total desorientação mental e emocional - gestos descoordenados, olhar alienado, bebida e cigarros a rodos, a música dos Doors cada vez mais intensa e poderosa, a deambulação pelo quarto...
De repente, Willard dá um murro no espelho, corta-se, contempla a sua mão ensanguentada, rebola pela cama em choro desesperado, enquanto a música atinge o clímax de intensidade. O incrível é que toda esta intensa sequência foi a última a ser filmada por Coppola (apesar de abrir o filme) e Martin Sheen encontrava-se, na realidade, alcoolizado e à beira do total esgotamento emocional. O que vemos nesta sequência não estava no guião, foi toda improvisada e factual - Sheen não estava a representar, estava realmente a viver aqueles momentos de total desnorte emocional (como que a ressacar de toda a angústia por que passara ao encarnar a personagem Willard). Os assistentes do realizador quiseram interromper as filmagens temendo pela saúde de Martin Sheen, mas Coppola não autorizou. E o resultado é deveras pungente, mais a mais, sabendo que Sheen teve um ataque cardíaco no meio das tempestuosas filmagens.
"Este filme não é sobre o inferno do Vietname, este filme é o próprio inferno do Vietname", dizia Coppola.
Ao rever o filme com a mesma ansiedade da primeira vez, percebe-se porquê. E nem é preciso visionar o filme todo, basta ver a sublime sequência de abertura de peregrinação às trevas da alma:


sexta-feira, 23 de julho de 2010

O "Uivo" de Ginsberg no cinema


Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William S. Burroughs, incendiaram a cultura dos anos 50 e 60 com a "Beat Generation", ao som de jazz e literatura "libertária".
O poema de Ginsberg, "Howl - Uivo", (considerado por muitos obsceno e pornográfico - pode ser lido aqui) foi o livro de poesia mais vendido da história dos EUA, tendo vendido mais de 1 milhão de exemplares em pouco tempo. "Howl" foi também um enorme grito de revolta de uma geração assumidamente insurrecta e ávida de novas experiências (artísticas e existenciais), imbuída de festas hedonistas repletas de sexo, música jazz e aventuras deambulatórias pela geografia norte-americana. Juntamente com "Naked Lunch" de William S. Burroughs e "On The Road" de Jack Kerouac, "Howl" completaria a trilogia da contracultura da Geração Beat.
Bob Dylan, Jim Morrison, Lou Reed, Leonard Cohen entre muitos outros músicos, foram sempre fãs incondicionais da poesia de Allen Ginsberg. E até os portugueses Mão Morta partiram do poema "Uivo" para conceberem o seu álbum "Nus" (2004). Depois de contaminar a literatura, a música, a poesia e as artes plásticas, era uma questão de tempo até que a vida e obra do poeta beat fossem transpostas para o universo da Sétima Arte.
Rob Epsteins e Jeffrey Friedman, mais conhecidos por documentários, levaram Ginsberg ao grande ecrã, com o actor James Franco no papel do poeta. O filme, intitulado "Howl", começa no momento em que Ginsberg é julgado no tribunal de São Francisco por causa da sua controversa obra. Pelo meio, consta que o filme - a estrear em Setembro - relata as desventuras de Ginsberg com os seus amigos escritores homossexuais e todo o ambiente de contracultura que se vivia naqueles efeverscentes anos.
Na imagem da esquerda, Allen Ginsberg, na direita, James Franco como Ginsberg.
Trailer do filme "Howl":

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dissecar "Control"


Quando revi em DVD os extras do filme "Control" de Anton Corbijn, fiquei a conhecer inúmeros pormenores e curiosidades em relação aos Joy Divison, a Ian Curtis e à concepção do próprio argumento e filme:
- Sam Riley (que interpreta Ian Curtis) passou várias noites em clínicas de cura de epilepsia para melhor compreender os sintomas e detalhes da doença.

- A cena final de Deborah Curtis (a actriz Samantha Morton) a gritar desesperadamente na rua quando se apercebe do suicídio de Ian, foi uma das primeiras cenas a ser filmadas. Corbijn revela que Samantha Morton revelou grande domínio emocional para interpretar esta difícil cena logo no início das filmagens.

- A maior parte dos figurantes que constituem a assistência dos concertos dos Joy Division são verdadeiros fãs actuais do grupo, recrutados pelo realizador em vários sites de devoção à banda de Ian Curtis. Este facto tornou mais exigente a interpretação de Sam Riley, uma vez que os figurantes eram verdadeiros fãs do grupo e não meros figurantes.

- Numa das cenas finais de um concerto dos Joy Division (quando interpretam a canção "DeadSouls"), vê-se na primeira fila do público a filha de Ian Curtis, Natalie Curtis, vestida de punk, numa simbólica homenagem ao pai.

- O filme foi filmado em película a cores e só depois transferido para preto e branco em formato 35m, uma vez que o preto e branco inicial tornava-se demasiado granulado.

- Devido à formação de fotógrafo de Anton Corbijn, o próprio assume que o filme parece mais como uma sequência de fotografias do que propriamente uma montagem de planos em movimento (há de facto uma grande predominância de planos fixos).

- As cenas do interior da casa de Ian e Deborah foram filmados em estúdio devido à exiguidade da verdadeira casa, na Barton Street de Macclesfielfd.

- Os actores que interpretam os vários elementos da banda aprenderam a tocar os instrumentos em apenas 2 meses (só o actor Joe Henderson sabia tocar guitarra, mas ainda assim teve de aprender a tocar baixo para encarnar Peter Hook).

- A guitarra eléctrica branca que Sam Riley segura aquando da filmagem do videoclip "Love Will Tear Us Apart" é a mesma guitarra que Ian Curtis tocou no videoclip original.

- As letras do genérico do filme piscam (como uma lâmpada fraca a ascender aos soluços). A ideia foi criar uma analogia com os sintomas da epilepsia.

- Não se vê no filme (sente-se, porém), mas Ian Curtis teve um ataque de choro compulsivo logo após o nascimento da sua filha Natalie - acontecimento que viria a agravar a sua depressão.

- A namorada de Tony Wilson que surge no filme é Gillian Gilbert, mais tarde teclista dos New Order. No filme é interpretada pela gerente da empresa de Anton Corbijn.

- Anton Corbijn assistiu na realidade a um dos ataques de epilepsia de Ian Curtis e foi o fotógrafo que documentou o videoclip "Love Will Tear us Apart".

- O realizador refere que foi ele quem escolheu as canções dos Joy Division no filme. A mítica canção "Love Will Tear us Apart" ouve-se em "Control" quando surgem os primeiros sinais de ruptura entre Ian e Deborah. Corbijn menciona que é uma canção óbvia para essa situação, mas também o seria para qualquer outra, uma vez que o filme aborda, essencialmente, o tema do amor e da sua degenerescência (pessoalmente concordo com a opção).

- Os três músicos dos actuais New Order (Hook, Moris, Summer) praticamente não contribuíram em nada para o filme e nem se encontraram com os actores que os interpretam. No entanto, gostaram muito do resultado final.

- Apesar de ser moda no final dos ano 70 a colocação de posters e cartazes nas paredes dos quartos, a dado momento, Ian Curtis tirou todos os posters dos seus ídolos (Jim Morrison, Iggy Pop, David Bowie) e pintou as paredes com um azul celeste.

- O fumo negro a sair da chaminé do crematório do cemitério foi colocado digitalmente.

- O argumentista de "Control" encontrou-se durante um dia com a amante de Curtis, a belga Annick Honoré, para recolher informação para o filme.

- Grande parte das filmagens foram realizadas na cidade de Nottingham, uma vez que se parece mais com a Manchester do final dos anos 70 do que a Manchester actual.

- As actrizes Samantha Morton (Deborah Curtis) e Alexandra Maria Lara (Annick Honoré) foram as únicas actrizes que nunca se encontraram nas filmagens.

- Segundo Corbijn, Ian Curtis nunca revelou claramente para onde pendia a sua relação amorosa. Na verdade, quer Deborah quer Honoré, ambas reclamam a paixão que Ian nutria por elas.

- Apesar de Ian Curtis ter mantido uma relação amorosa com Annick Honoré, esta afirmou ao argumentista do filme que nunca tiveram relações sexuais.

- Apesar de ter sido um filme com baixo orçamento e sobre um músico que se suicida de um grupo como os Joy Division, Anton Corbijn revela que nunca imaginou que "Control" viria a ser um sucesso de público e de crítica.

sábado, 10 de abril de 2010

Um filme sobre os Doors

Depois do documentário sobre os Joy Division de Grant Gee, um documentário sobre os Doors. Mais propriamente, sobre Jim Morrison, uma das mais carismáticas figuras de culto da história do rock. O documentário "When You’re Strange: A Film About the Doors" de Tom DiCillo tem suscitado muitas expectativas (com críticas muito positivas), uma vez que inclui filmagens inéditas do cantor e letrista e reflecte sobre o impacto que a música da banda teve na evolução do rock. Para além do mais, o documentário tem narração em voz off de Johnny Depp.
Para os interessados residentes em Lisboa, informa-se que este filme vai passar este mês no Festival IndieLisboa no âmbito do ciclo IndieMusic, nos dias 23 e 25 de Abril.

domingo, 29 de novembro de 2009

A morte do "Rei Lagarto"


Vi no Biography Chanel um documentário sobre os últimos dias de Jim Morrison. Como ícone da cultura rock da década de 60, o líder e vocalista dos The Doors sempre pautou a sua vida com o gosto pelo risco, vivendo sempre no fio da navalha (à beira do abismo, dizia Nietzsche). As suas maiores referências literárias, Rimbaud e Baudelaire, cedo exerceram grande fascínio no espírito jovem de Jim Morrison. Por vezes dizia aos amigos que um dia desapareceria do circo mediático e da fama - que consumia as suas energias - simulando a sua própria morte. Achava que já tinha atingido o zénite da sua arte aos 27 anos, tal como Rimbaud tinha atingido o auge criativo aos 18 anos com os seus mais importante poemas simbolistas.
O dito documentário, em vez de tentar esclarecer objectivamente o contexto da causa da morte de Morrison, lança a confusão com várias teorias contraditórias que ainda hoje são discutidas, 40 anos após os acontecimentos. A versão oficial refere que o cantor maldito dos Doors - o "Rei Lagarto" - morreu na banheira devido a uma overdose de drogas, sendo o corpo descoberto pela namorada. Mas há quem assegure que a morte ocorreu numa discoteca de Paris e que o corpo foi levado para o apartamento, ou que Morrison encenou a sua própria morte para se livrar das pressões da fama. Exactamente o que se disse em relação à morte de Elvis Presley, Jimi Hendrix, Janis Joplin ou Kurt Cobain.
Curioso foi o comentário de um amigo que fechou o documentário dizendo mais ou menos isto: "Não acredito que Jim Morrison encenasse a sua própria morte. O Morrison que eu conheci não conseguiria estar 40 anos sem, de uma forma ou de outra, voltar à ribalta." Afinal de contas, a fama deve ter um poder tão forte de sedução quanto de repulsa. E por vezes, estes poderes contraditórios fundem-se e geram o fascínio dos mitos culturais eternos.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Doors e Dr. House

Não sei bem a que propósito, mas o trailer que está a passar na RTP2 promovendo a série "Dr. House" tem com pano de fundo musical o tema "Love Me Two Times" dos Doors. Seja qual for a intenção desta associação, a verdade é que, ao ouvir a música do trailer do "Dr. House", lembrei-me que conheci a banda de Jim Morrison, precisamente, com a canção "Love Me Two Times". Faz parte do álbum "Strange Days" (1967) dos Doors que a minha irmã mais velha tinha em casa (em vinil, claro). Ainda miúdo, recordo-me de ouvir por o "Love Me Two Times", e depois partir à descoberta do resto do disco. Gosto especialmente do minimalismo rítmico do refrão, da frase melódica da guitarra, da letra e do crescendo dinâmico da voz de Morrison. Enfim, um clássico dos Doors.

sábado, 27 de junho de 2009

Acabar como Elvis Presley

Adensa-se o mistério à volta da morte de Michael Jackson. Já se fala em overdose como causa da morte e até de crime premeditado por parte de interesses obscuros. Os abusos de álcool, medicamentos e de drogas levam quase sempre a um desfecho como este. E os rumores alastram como uma praga viral. Provavelmente nunca saberemos a verdade dos factos. São formas de eternizar os fenómenos pop. É típico. Aconteceu com quase todos os ícones da cultura popular: Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Marilyn Monroe, Elvis Presley. Todos estes artistas morreram prematuramente, resultante do abuso de drogas e de forma ainda pouco clara. E por falar em Elvis Presley, a sua filha, Lisa Marie Presley, que foi casada com o "rei da pop", veio dizer hoje no seu blogue que um dia Michael lhe confidenciou que temia morrer como o "rei do rock". Ao que parece, o pressentimento concretizou-se de forma cruel. É só mais um facto para perpetuar a mitologia "Michael Jackson".

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O fatídico "Clube 27"



É um fenómeno recorrente os ícones da cultura popular serem imortalizados quando morrem. Mesmo que sejam famosos e talentosos em vida, se morrerem jovens e, sobretudo, de causa trágica e misteriosa (suicídio, acidente, homicídio), é certo e sabido que se tornam ícones eternos no imaginário popular. O fenómeno só podia ter começado com uma arte de massas: o cinema. Rudolfo Valentino, primeiro ídolo do cinema mudo morreu aos 31 anos em 1926 e deixou em total histeria milhões de admiradoras (conta-se que várias mulheres cometeram suicídio devido ao desespero). Depois, foi James Dean que morreu vítima de um acidente de carro com 24 precoces anos, em 1955, imortalizando a sua figura como referência incontornável da cultura do século XX. De resto, foi com Dean que se incutiu no imaginário das estrelas pop a máxima : "live fast, die young and leave a good-looking corpse". Muitos levaram à risca esta filosofia de vida.
Mas seria a partir de 1969 que a morte de artistas famosos - nomeadamente músicos - tomaria um rumo verdadeiramente iconográfico. Começou em 1960 com a morte de Brian Jones (Rolling Stones), seguiu-se a morte de Jimi Hendrix e Janis Joplin em 1970. O líder carismático dos The Doors, Jim Morrison, morreria em circunstâncias misteriosas um ano depois. Este quarteto de mortes foi apelidado de "Clube 27" (nas imagens), pelo facto de todas estas figuras da música terem morrido com a idade de 27 anos. Mera coincidência?
Conta-se que foi um desejo mórbido de se juntar a este clube que o líder dos Nirvana, Kurt Cobain, se matou em 1994, também com 27 anos. Que insondável e misterioso desígnio se esconde por detrás deste fenómeno que leva à morte artistas populares como estes aos 27 anos? Apesar deste ser o quinteto mais famoso deste fatídico e mórbido clube, muitos outros artista/músicos se podiam incluir no rol dos falecidos com 27 anos. A saber:

- Pete de Freitas, guitarrista dos Echo and The Bunnymen
- Robert Johnson, guitarrista de blues
- Dave Alexander, baixista dos The Stooges
- Gary Thain, baixista dos Uriah Heep
- Kristen Pfaff, baixista das Hole
- Jeremy Michael Ward, músico dos The Mars Volta
- Mia Zapata, vocalista do grupo punk The Gits
- Ron McKernan, teclista dos Grateful Dead
- D. Boon, vocalsita do grupo punk Minutemen
- Rupert Brooke, poeta inglês
- Jean-Michel Basquiat, artista plástico
- Jonathan Gregory Brandis, actor americano
- (...)

Ian Curtis não quis esperar para entrar no "Clube 27" e, 4 anos antes de chegar a essa idade, cometeu suicídio. Mesmo não havendo nenhum "Clube 23" no qual pudesse estar representado, não é por este facto que o espírito do cantor dos Joy Division não vive no panteão mais alto dos ícones musicais de toda a história.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

As trevas da alma


Lembro-me como se fosse hoje, mas já foi há mais de 20 anos. Entrei na sala de cinema, num Cine-Teatro outrora majestoso e na altura decadente, e fiquei agarrado à cadeira logo nos primeiros 10 minutos de filme. Era um jovem saído da adolescência e não estava preparado para o impacto emocional que foi ver, em ecrã gigante e numa sala quase vazia, um monumento chamado "Apocalypse Now". Não vou discorrer banalidades sobre uma obra-prima já milhentas vezes comentada por críticos de cinema e historiadores. Mas a história do cinema também é feita das estórias vivenciadas pelos espectadores. E ver o filme de Francis Ford Coppola foi uma dessas fortes experiências. É o filme mais denso e complexo sobre a guerra e suas motivações, mas é também um filme sobre o espírito humano e suas derivações maléficas, ou não fosse inspirado no livro "O Coração das Trevas" de Joseph Conrad. A viagem do Capitão Willard (espantoso Martin Sheen) pelo coração da selva do Vietname à procura do Coronel Kurtz (espantoso Marlon Brando), é uma viagem de expiação e de sacrifício.
Há dezenas de cenas e sequências que poderiam ser abordadas (e não se resumem ao célebre ataque de helicópteros ao som de Wagner), mas o início do filme é especialmente prodigioso, uma conjugação perfeita entre som e imagem. Aliás, é quanto a mim, um dos mais intensos inícios de filme jamais concebidos (7 minutos): o arranque do filme sem créditos, plano fixo das selva, silêncio primeiro, ruído das pás dos helicópteros depois, fumo que surge paulatinamente, voz de Jim Morrison a cantar "This is the End" ao mesmo tempo que vemos explosões de napalm. De seguida, surge o capitão Willard (Sheen) "à espera em Saigão". O desespero patente no rosto de Willard manifesta total desorientação mental e emocional - gestos descoordenados, olhar alienado, bebida e cigarros a rodos, a música dos Doors cada vez mais intensa e poderosa, a voz off de Martin Sheen (uma das mais impactantes vozes off de sempre), a deambulação pelo quarto.
De repente, Willard dá um murro no espelho, corta-se, contempla a sua mão ensanguentada, rebola pela cama em choro desesperado, enquanto a música atinge o clímax de intensidade. O incrível é que toda esta intensa sequência foi a última a ser filmada por Coppola (apesar de abrir o filme) e Martin Sheen encontrava-se, na realidade, à beira do total esgotamento emocional. O que vemos nesta sequência não estava no guião, foi toda improvisada e factual - Sheen não estava a representar, estava realmente a viver aqueles momentos de total desnorte emocional (como que a ressacar de toda a angústia por que passara ao encarnar a personagem Willard). Os assistentes do realizador quiseram interromper as filmagens temendo pela saúde de Martin Sheen, mas Coppola não autorizou. E o resultado é deveras pungente, mais a mais, sabendo que Sheen teve um ataque cardíaco no meio das tempestuosas filmagens.
Quando Francis for Coppola apresentou "Apocalypse Now" no festival de Cannes, disse isto (derivado dos terríveis problemas por que passou nas filmagens): "Este filme não é sobre o inferno do Vietname, este filme é o próprio inferno do Vietname". Ao revê-lo com a mesma ansiedade da primeira vez, percebemos porquê. E nem é preciso visionar o filme todo, basta ver estes primeiros 7 minutos de início de peregrinação às trevas da alma:

(fica muito por dizer das personagens de Marlon Brando, Dennis Hopper e Robert Duvall)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dissecando "Control"

Os extras de um filme em DVD são sempre muito úteis para quem quiser compreender melhor as múltiplas vertentes da concepção de um filme: entrevistas aos actores e realizador, "making of", cenas cortadas, finais alternativos, e comentário áudio são as principais características dos extras. Há quem não tenha paciência para ver um comentário áudio porque implica visionar de novo o filme para ouvir as explicações do realizador sobre a feitura do filme. Não é o meu caso. Vejo sempre o comentário áudio do realizador porque ajuda a perceber determinados pormenores, curiosidades e opções estéticas do realizador.
Ontem vi os extras do filme "Control" de Anton Corbijn (pronuncia-se "Ánton Corbaine"). E no meio de muitos outros pormenores e curiosidades, fiquei a saber o seguinte:

- Sam Riley
(que interpreta Ian Curtis) passou várias noites em clínicas de cura de epilepsia para melhor compreender os sintomas e detalhes da doença.
- A cena final de Deborah Curtis (a actriz Samantha Morton) a gritar desesperadamente na rua quando se apercebe do suicídio de Ian, foi uma das primeiras cenas a ser filmadas. Corbijn revela que Samantha Morton revelou grande domínio emocional para interpretar esta difícil cena logo no início das filmagens.
- A maior parte dos figurantes que constituem a assistência dos concertos dos Joy Division são verdadeiros fãs actuais do grupo, recrutados pelo realizador em vários sites de devoção à banda de Ian Curtis. Este facto tornou mais exigente a interpretação de Sam Riley, uma vez que os figurantes eram verdadeiros fãs do grupo e não meros figurantes.
- Numa das cenas finais de um concerto dos Joy Division (quando interpretam a canção "DeadSouls"), vê-se na primeira fila do público a filha de Ian Curtis, Natalie Curtis, vestida de punk, numa simbólica homenagem ao pai.
- O filme foi filmado em película a cores e só depois transferido para preto e branco em formato 35m, uma vez que o preto e branco inicial tornava-se demasiado granulado.
- Devido à formação de fotógrafo de Anton Corbijn, o próprio assume que o filme parece mais como uma sequência de fotografias do que propriamente uma montagem de planos em movimento (há de facto uma grande predominância de planos fixos).
- As cenas do interior da casa de Ian e Deborah foram filmados em estúdio devido à exiguidade da verdadeira casa, na Barton Street de Macclesfielfd.
- Os actores que interpretam os vários elementos da banda aprenderam a tocar os instrumentos em apenas 2 meses (só o actor Joe Henderson sabia tocar guitarra, mas ainda assim teve de aprender a tocar baixo para encarnar Peter Hook).
- A guitarra eléctrica branca que Sam Riley segura aquando da filmagem do videoclip "Love Will Tear Us Apart" é a mesma guitarra que Ian Curtis tocou no videoclip original.
- As letras do genérico do filme piscam (como uma lâmpada fraca a ascender aos soluços). A ideia foi criar uma analogia com os sintomas da epilepsia.
- Não se vê no filme (sente-se, porém), mas Ian Curtis teve um ataque de choro compulsivo logo após o nascimento da sua filha Natalie - acontecimento que viria a agravar a sua depressão.
- A namorada de Tony Wilson que surge no filme é Gillian Gilbert, mais tarde teclista dos New Order. No filme é interpretada pela gerente da empresa de Anton Corbijn.
- Anton Corbijn assistiu na realidade a um dos ataques de epilepsia de Ian Curtis e foi o fotógrafo que documentou o videoclip "Love Will Tear us Apart".
- O realizador refere que foi ele quem escolheu as canções dos Joy Division no filme. A mítica canção "Love Will Tear us Apart" ouve-se em "Control" quando surgem os primeiros sinais de ruptura entre Ian e Deborah. Corbijn menciona que é uma canção óbvia para essa situação, mas também o seria para qualquer outra, uma vez que o filme aborda, essencialmente, o tema do amor e da sua degenerescência (pessoalmente concordo com a opção).
- Os três músicos dos actuais New Order (Hook, Moris, Summer) praticamente não contribuíram em nada para o filme e nem se encontraram com os actores que os interpretam. No entanto, gostaram muito do resultado final.
- Apesar de ser moda no final dos ano 70 a colocação de posters e cartazes nas paredes dos quartos, a dado momento, Ian Curtis tirou todos os posters dos seus ídolos (Jim Morrison, Iggy Pop) e pintou as paredes com um azul celeste.
- O fumo negro a sair da chaminé do crematório do cemitério foi colocado digitalmente.
- O argumentista de "Control" encontrou-se durante um dia com a amante de Curtis, a belga Annick Honoré, para recolher informação para o filme.
- Grande parte das filmagens foram realizadas na cidade de Nottingham, uma vez que se parece mais com a Manchester do final dos anos 70 do que a Manchester actual.
- As actrizes Samantha Morton (Deborah Curtis) e Alexandra Maria Lara (Annick Honoré) foram as únicas actrizes que nunca se encontraram nas filmagens.
- Segundo Corbijn, Ian Curtis nunca revelou claramente para onde pendia a sua relação amorosa. Na verdade, quer Deborah quer Honoré, ambas reclamam a paixão que Ian nutria por elas.
- Apesar de Ian Curtis ter mantido uma relação amorosa com Annick Honoré, esta afirmou ao argumentista do filme que nunca tiveram relações sexuais.
- Apesar de ter sido um filme com baixo orçamento e sobre um músico que se suicida de um grupo como os Joy Division, Anton Corbijn revela que nunca imaginou que "Control" viria a ser um sucesso de público e de crítica.
(...)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Live fast, die young


Há 15 dias foi a morte prematura do actor Brad Renfro, com apenas 25 anos de idade. Hoje o mundo é surpreendido com a morte súbita de Heath Ledger, actor em clara ascensão depois do monumental sucesso de "Brokeback Mountain" (tinha acabado de finalizar o último capítulo de Batman no papel de Joker) e, imagine-se, estava a filmar com um dos elementos dos Monty Python, Terry Gilliam, no filme "The Imaginarium of Doctor Parnassus" (a estrear em 2009). Ambos foram encontrados mortos nos apartamentos - um em Los Angeles (Renfro), outro em pleno centro de Nova Iorque (Ledger). Ambas causas de morte estão relacionadas com o excesso de drogas e álcool. O mítico paradigma da cultura juvenil iniciado com James Dean (live fast, die young) e continuado com Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin, Ian Curtis, River Phoenix ou Kurt Cobain (todos morreram antes dos 30 anos) voltou a sacudir as cabeças das estrelas pop?