quarta-feira, 27 de junho de 2012

Janet Leigh e a cor da lingerie

A revista de cinema Empire publica uma reportagem especial sobre Alfred Hitchcock.
Nesta reportagem são feitas análises a diversos filmes do mestre e acerca do clássico "Psycho" (1960), o texto aborda uma questão interessante e pouco comentada pela crítica ou pelos cinéfilos: Marion Crane (interpretada pela actriz Janet Leigh) desdobra-se, inconscientemente, em duas mulheres diferentes. Na primeira parte do filme, Marion Crane revela ser uma mulher sem preconceitos nem rancores de ordem moral. Durante este início de filme, Marion usa roupa interior branca.
Num segundo e fulcral momento de "Psycho", Marion Crane mancha a sua aparente inocência ao roubar 40 mil dólares do patrão e fugir da polícia para o motel de Norman Bates. Quando entra no quarto do motel, muda a lingerie e veste uma de cor preta. De forma subconsciente, a mulher anteriormente impoluta, assume a culpa do seu acto criminoso e é como se enegrecesse o seu estado de alma.
Hitchcock conhecia bem os meandros da mente humana, e este sinal representado pela mudança de cor da roupa interior da actriz principal, resulta num fascinante "case study" psicanalítico.
Por isso é que há os mestres e depois há os outros.

6 comentários:

Marcelo Castro Moraes disse...

Nunca pensei nisso, mas faz sentido.

Peter Gunn disse...

Este facto também vem referido no making of do Psycho (incluido na edição DVD do filme) se não estou em erro.

Mais uma prova da genialidade deste Sr!!! =)

Rato disse...

E não é só a lingerie, a própria mala é substituída (branca por preta).
Aliás, este tipo de subtilezas era muito comum no cinema do velho Hitch. Por isso, entre outras coisas, é que ele foi um cineasta tão genial

Vanessa disse...

O melhor filme de todos os tempos

Unknown disse...

Tipicamente hitchcockiano. Era o maior.

Anónimo disse...

Dos melhores filmes de Hitch, mas em que a cena fulcral do filme não foi pensada por ele mas sim por Saul Bass rezam as histórias...