Um dos primeiros filmes da história do cinema foi "Chegada de um Comboio à Estação de Ciotat" (1895), dos irmãos Lumière. Era um filme sem narrativa, sem estrutura dramática, sem preocupações técnicas ou estéticas. Apenas captava a realidade da chegada do comboio à estação de Ciotat. O suficiente para impressionar os primeiros espectadores com as imagens em movimento. Quanto tempo durava o filme? Pouco mais de um minuto. O tempo necessário para impulsionar e desenvolver a arte do cinema e das imagens, tal como a conhecemos hoje.
E o que se pode contar no tempo de 60 segundos? Que "tempo" há para contar uma história, experimentar formas visuais? Que imagens cabem em 60 segundos? Talvez seja tempo mais do que suficiente para isso e muito mais. E para provar este pressentimento, a Fundação Gulbenkian está a exibir, desde 8 de Novembro, uma selecção de filmes com apenas 1 minuto de duração. Há, inclusivamente, Festivais internacionais dedicados exclusivamente à divulgação e concurso de filmes desta tipologia. Por aquilo que já vi, há realizadores e artistas visuais que conseguem autênticas proezas em apenas 60 segundos de filme (há filmes que têm princípio, meio e fim e contam uma "história"!). Definitivamente, a curta duração de um filme não é sinónimo de falta de ideias e de criatividade.
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