Em conversa com um amigo sobre que finais de filmes nos fizeram chorar, houve vários títulos apresentados: "As Pontes de Madison County", "A Vida É Bela", "Ladrões de Bicicletas", "Dead Poet Society", "A Lista de Schindler", etc. Não é que eu tenha um coração duro, mas geralmente controlo muito as reacções emotivas nos finais dramáticos de certos filmes. Mas confesso que há um filme cujo final me provocou uma lágrima ao canto do olho: "About Schmidt" (2002) de Alexander Payne.
A história (que se lixem os spoilers!) é a de um velho reformado (soberbo Jack Nicholson) que parte em viagem de reconciliação pela América após enviuvar. Nunca encontrou um sentido digno para a vida, nunca se sentiu realizado no emprego banal e as suas relações familiares foram sempre falhadas.
Até que resolve ajudar uma criança africana órfã chamada Ndugu de 6 anos, enviando-lhe dinheiro. Na última sequência do filme, o velho reformado abre a carta do rapaz que ajudara e lê o que a freira da instituição escreveu. Visto que Ndugu não sabia escrever, fez-lhe um desenho. Quando o reformado abre o desenho, desata a chorar. A cena é deveras comovente e tocante, pela espontaneidade, pela forma como expressa profundo humanismo e sentimento. Aquele desenho ingénuo representava, finalmente, um sentido para a vida de Schmidt. Quem não se comoveu com esta cena, é porque no lugar do coração tem uma pedra (claro que convém ver o filme integralmente para melhor compreender a cena final).
Belíssimo e espantoso final de uma sensível e honesta comédia dramática de Alexander Payne com um notável Jack Nicholson.
Sem comentários:
Enviar um comentário