Slavoj Žižek, filósofo e psicanalista esloveno, é considerado um dos pensadores mais heterodoxos e estimulantes da actualidade. Filósofo e psicanalista, professor convidado em diversas universidades da Europa e dos Estados Unidos, Žižek é até considerado (por vezes num sentido pejorativo) uma espécie de “estrela mediática” do pensamento contemporâneo. É autor de uma vasta bibliografia (traduzida em 20 línguas) sobre os mais diversos temas, com um especial enfoque no cinema. É por esta faceta que me interessei por este teórico.
De Slavoj Žižek tenho apenas o livro “Lacrimae Rerum - Ensaios Sobre Kieslowski, Hitchcock, Tarkovski e Lynch”, obra que não consegui ler até ao fim (defeito meu, talvez) por ser tão hermética na sua abordagem ensaística. Gosto dos quatro realizadores referenciados nesta obra e gostei de ler a visão psicanalítica que Žižek tem do cinema de David Lynch. Aprecio também o seu peculiar sentido de humor e a sua inequívoca inteligência. Porém, no livro referido, já não consegui compreender o que o filósofo vê na obra dos outros 3 cineastas. Apesar de defender que pretende, com as suas análises, “tornar as coisas claras”, a verdade é que eu acho que, em muitos textos seus, as torna ainda mais complicadas. A linguagem técnica utilizada – formatada pela filosofia analítica e pela psicanálise – não é de fácil apreensão pelo comum dos mortais não iniciados na matéria.
Isso não significa que não queira ver – quero muito, mas ainda não tive oportunidade – o documentário que editou em 2006: “O Guia de Cinema do Depravado”, um filme estruturado em 3 partes com 150 minutos de duração, no qual Žižek tenta desmontar a linguagem escondida por detrás de filmes como “Matrix” ou os clássicos de Hitchcock.
Temo é que depois de ver o documentário acabe por ficar algo frustrado (como aconteceu com o livro), coisa que não aconteceu (muito pelo contrário) com os documentários narrados por Martin Scorsese sobre o cinema italiano e americano.
Temo é que depois de ver o documentário acabe por ficar algo frustrado (como aconteceu com o livro), coisa que não aconteceu (muito pelo contrário) com os documentários narrados por Martin Scorsese sobre o cinema italiano e americano.
1 comentário:
Olá Victor, tentei postar aqui outro comentário mas perdi-o. Não entender Zizeck não é um defeito teu, mas um defeito do Zizeck. Não tens qualquer responsabilidade nisso, mas nunca percebi por que razão se apelida Zizeck de filósofo. O que ele faz nada tem que ver com filosofia. Tenho dois livros dele, intragáveis, uma espécie de devaneio pessoal sobre os temas que lhe interessam, mas sem qualquer ideia precisa e que contribua para a evolução da filosofia ou da ciência. Mas tens razão, é um autor da moda, mas a Casa dos Segredos também é um show de tv da moda e é o que é.
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