quinta-feira, 24 de maio de 2012

A má educação numa sala escura


A notícia lê-se no site c7nema.net: "Jovem agride criança barulhenta num cinema".
O episódio ocorreu em Washington, nos EUA. Yong Hyun Kim e a namorada assistiam a "Titanic 3D", enquanto um grupo de crianças falavam, comiam pipocas de forma ruidosa e usavam a sala de cinema como sala de estar. Kim não foi de modas e deu um valente murro numa dessas crianças, levando mais tarde a policia a intervir. Segundo o agressor, ele não reparou que o agredido era apenas uma criança, mas acrescenta que o grupo estava realmente a fazer uma enorme barulheira, que envolvia mesmo corridas nos corredores das filas do cinema e arremesso de pipocas para a audiência. Na verdade, quem nunca sofreu com espectadores menos educados numa sala de cinema? Toda a gente, calculo. Apesar de condenar a reacção violenta do jovem, eu compreendo-a. Há limites para a paciência, a provocação e a falta de respeito. E há muito se perdeu o culto quase religioso e a postura solene de presenciar um filme numa sala escura juntamente com outras pessoas.
Dos vários episódios que eu próprio presenciei, houve um particularmente imcómodo e irritante: estava a desfrutar do filme "De Olhos Bem Fechados" de Stanley Kubrick, quando um casal de namorados, atrás de mim, começou a falar alto e a rir. Na sequência do ritual das máscaras no castelo, que eu tanto queria ver (e ouvir) em total sossego, foi quando o momento em que o casal mais ria e fazia barulho. A forma de manifestar o meu total desagrado foi levantar-me ostensivamente da cadeira em que me encontrava e sentar-me três filas à frente num lugar vago. Mas se na vida em sociedade, em geral, estas pessoas não têm regras de boa conduta, de respeito pelos outros e de boa educação, como hão-de ter numa simples sala escura na qual era suposto partilharem o prazer de ver um filme com outros espectadores?

1 comentário:

ana disse...

A reação foi um tanto quanto exagerada mas depois de longos minutos querendo ver um filme sem poder dá nisso.