quinta-feira, 14 de junho de 2012

Entrevista Póstuma (12) - Kurt Cobain




O Homem Que Sabia Demasiado - Será sempre recordado como o líder de uma geração inquieta, cujo lema musical está patente em "Smells Like Teen Spirit"?

Kurt Cobain - Bah! Nunca quis ser modelo de ninguém, muito menos de uma geração. E essa música, apesar de ter sido a que mais sucesso comercial teve com os Nirvana, é das que gosto menos.

O Homem Que Sabia Demasiado - Durante toda a sua vida lutou contra o vício da heroína, depressão, fama, imagem pública e pressões profissionais. Como lidou com tudo isto?

Kurt Cobain - Como acha que lidei? Sempre odiei a exposição pública e o mediatismo que, a dada altura, os Nirvana me trouxeram. As depressões eram decorrentes dessa sensação de permanente insegurança. A droga foi uma libertação e, ao mesmo tempo, uma maldição toda a vida.

O Homem Que Sabia Demasiado - E a sua vida familiar também não foi fácil...

Kurt Cobain - Pois não. Eu tinha vergonha dos meus pais. Eu não poderia enfrentar alguns dos meus amigos na escola porque eu, desesperadamente, queria ter a família típica. Mãe, pai. Eu queria a segurança, mas só senti ressentimentos para com os meus pais. E na escola passei por um inferno porque fui vítima de violência e bullying.

O Homem Que Sabia Demasiado - E que papel teve a sua educação religiosa?

Kurt Cobain - Bom, os meus pais educaram-me com os valores religiosos, mas à medida que crescia procurei outras soluções, como o Budismo, que tinha outra hierarquia de valores mais importantes para mim. Foi do Budismo que retirei o nome da banda - Nirvana.

O Homem Que Sabia Demasiado - Gostou do filme que o realizador Gus Van Sant fez vagamente inspirado na sua vida - "Last Days" de 2005?

Kurt Cobain - Detestei. Tudo: a realização lenta e monótona, a interpretação do tipo que, supostamente, fazia de mim, a forma como foi utilizada a música no filme... Tudo. Aquilo é tanto sobre a minha vida como "Psico" é sobre a Madre Teresa de Calcutá.

O Homem Que Sabia Demasiado - Casou com Courtney Love em 1992 já ela estava grávida da sua filha. Que papel teve Courtney na sua vida?

Kurt Cobain - Preferia não falar dela. Houve demasiados equívocos e problemas que acabaram por me destruir a vida, e Courtney contribuiu para isso. Sempre achei que as maiores loucuras são as mais sensatas alegrias, pois tudo que fiz ficou na memória daqueles que um dia sonharão ser como eu: louco, porém, feliz.     

8 comentários:

Anónimo disse...

dedica-te à pesca. mesmo que não apanhes nada, fazes melhor figura.
estou a falar a sério.

Daniel S. disse...

Já tinha saudades das entrevistas póstumas!
Cumps

Vanessa disse...

O Kurt pensa como eu em relação ao filme do Gus!

Jorge disse...

O que mais odeio são este haters anónimos que não têm corajem de trocar argumentos e dar a cara, justificando a sua apreciação de forma civilizada e não como trolls mesquinhos.

Unknown disse...

É isso, Jorge.
Por isso nem me dei ao trabalho de responder: desprezo é o melhor. Há, de facto, muitos haters profissionais anónimos por essa blogosfera (e internet) fora. Volta e meia vêm parar aqui alguns a este blogue.
Que façam bom proveito...

Zé Muamba disse...

Alguém lhe devia dizer que isto é uma tolice...o primeiro comentário diz-lho, mas não o leva em conta por ser mal educado. Faz mal. Isto é uma tonteria sem qualquer sentido...então o Kurt Kobain tem a mesma opinião sobre o "Last Days" que o senhor? Isso é giro...

Unknown disse...

A ver se me falo entender: as “Entrevistas Póstumas” são um exercício meramente ficcional da minha parte, não com base nos meus gostos pessoais, mas sim em base no que conheço dos artistas e das suas biografias. Em todas estas entrevistas ficcionais introduzo informação credível como citações e afirmações dos próprios artistas sobre os temas que eu “pergunto”. Com base nesta informação, tento imaginar quais seriam as respostas possíveis dos artistas. Claro que há uma grande dose de subjectividade nestes exercícios, mas representa um risco que corro sem problema (e faço-o com gosto). Agora quem gosta de ler, lê, quem não gosta, passa a frente. Acho que não deve haver necessidade de, quem não gosta, de insultar…

Francisco Vaz disse...

A falta de capacidade de nos transportarmos para realidades diferentes, dá muitas vezes em conflitos. É uma pena que quando se lê um texto engraçado e original ocorram à cabeça pensamentos ofensivos.