Conheço a filmografia toda de Scorsese, desde os seus primeiros filmes (como “Who’s That Knocking at My Door”, “Boxcar Bertha” ou “Mean Streets”) até ao último “A Invençãod e Hugo”. Mas há dois filmes menos lembrados (e até subvalorizados) de Scorsese pelos quais nutro um carinho muito especial. São eles: “O Rei da Comédia” (1983) e “Nova Iorque Fora de Horas” (1985).
O primeiro é uma notável comédia dramática com Robert De Niro e Jerry Lewis; o segundo, mais rebuscado e excessivo, é uma alucinante viagem 'kafkiana' pela noite de Nova Iorque de meados da década de 1980. Lembro-me de ver esse filme há muitos anos numa sessão da meia-noite. E recordo-me de sair do cinema a pensar, meio estupefacto: “Que filme incrível foi este?”. Revi-o há tempos no canal Hollywood e a mesma sensação persiste no meu espírito.
“Nova Iorque fora de Horas” é, sucintamente, a história louca de um homem que, por mero acaso e sem saber muito bem como ou porquê, empreende uma incursão imprevisível na zona do Soho à procura de uma rapariga. A partir deste simples expediente, o homem começa uma viagem surrealista e repleta de peripécias insondáveis, num registo misto de humor negro e realismo dramático, delirante e caótico, este filme de Scorsese é também um dos seus mais refinados exercícios de realização (obteve o Prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes).
A montagem vertiginosa (espantoso trabalho da montadora Thelma Schoonmaker) dá um toque ainda mais alucinado ao filme, que conta com personagens bizarras, diálogos de puro delírio existencialista e situações improváveis que parecem nascer dos mais negros e distorcidos pesadelos. Aliás, quase era capaz de dizer que este “After Hours” (título original) é o filme mais 'lynchiano' que alguma vez Martin Scorsese fez. E Griffin Dune, o actor que encarna o protagonista do filme, é extraordinário na forma como expressa a confusão mental que o corrói (podia ter tido uma grande carreira depois deste filme, coisa que não aconteceu).
Sem dúvida um dos filmes de maior culto de Scorsese e um clássico instantâneo do cinema dos anos 80.
O primeiro é uma notável comédia dramática com Robert De Niro e Jerry Lewis; o segundo, mais rebuscado e excessivo, é uma alucinante viagem 'kafkiana' pela noite de Nova Iorque de meados da década de 1980. Lembro-me de ver esse filme há muitos anos numa sessão da meia-noite. E recordo-me de sair do cinema a pensar, meio estupefacto: “Que filme incrível foi este?”. Revi-o há tempos no canal Hollywood e a mesma sensação persiste no meu espírito.
“Nova Iorque fora de Horas” é, sucintamente, a história louca de um homem que, por mero acaso e sem saber muito bem como ou porquê, empreende uma incursão imprevisível na zona do Soho à procura de uma rapariga. A partir deste simples expediente, o homem começa uma viagem surrealista e repleta de peripécias insondáveis, num registo misto de humor negro e realismo dramático, delirante e caótico, este filme de Scorsese é também um dos seus mais refinados exercícios de realização (obteve o Prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes).
A montagem vertiginosa (espantoso trabalho da montadora Thelma Schoonmaker) dá um toque ainda mais alucinado ao filme, que conta com personagens bizarras, diálogos de puro delírio existencialista e situações improváveis que parecem nascer dos mais negros e distorcidos pesadelos. Aliás, quase era capaz de dizer que este “After Hours” (título original) é o filme mais 'lynchiano' que alguma vez Martin Scorsese fez. E Griffin Dune, o actor que encarna o protagonista do filme, é extraordinário na forma como expressa a confusão mental que o corrói (podia ter tido uma grande carreira depois deste filme, coisa que não aconteceu).
Sem dúvida um dos filmes de maior culto de Scorsese e um clássico instantâneo do cinema dos anos 80.
1 comentário:
Concordo absolutamente. Até me parece que «O Rei da Comédia» será uma das obras máximas do Scorsese. Revi o «After Hours» há uns 15 dias e mantém uma energia invulgar que alimenta todo aquele alucinado surrealismo.
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