Fui ver ao cinema (TMG) o clássico dos Monty Python, "A Vida de Brian" (1979). Depois da exibição do filme, houve um debate (que eu próprio moderei) com convidados e com o público acerca do filme e da relação entre o humor e as religiões.
Já tinha visto o filme duas vezes há muitos anos, mas nunca me ri tanto como neste visionamento. O humor dos Monty Python exala inteligência a rodos, um humor por vezes provocatório, outras vezes, extremamente subtil e cirúrgico. Os jogos de equívocos, de linguagem/comunicação e o absurdo de situações sempre fizeram parte da estratégica cómica do grupo, mas neste filme estão mais vincados do que nunca (e o resultado é irresistivelmente cómico).
Já tinha visto o filme duas vezes há muitos anos, mas nunca me ri tanto como neste visionamento. O humor dos Monty Python exala inteligência a rodos, um humor por vezes provocatório, outras vezes, extremamente subtil e cirúrgico. Os jogos de equívocos, de linguagem/comunicação e o absurdo de situações sempre fizeram parte da estratégica cómica do grupo, mas neste filme estão mais vincados do que nunca (e o resultado é irresistivelmente cómico).
Além do mais, uma das conclusões do debate teve a ver com o facto de "A Vida de Brian" não ser apenas uma paródia sarcástica sobre as religiões (cristã e judaica), mas também uma sátira aos costumes sociais políticos e culturais da época de Jesus Cristo, sem desvirtuar o contexto histórico em que a história se insere.
Daí que, mais de 30 anos após a realização desta obra magistral dos Python, esta mantenha uma assombrosa actualidade no contexto social, político e religioso. Os Python nunca quiseram que este filme fosse blasfemo (apesar das acusações injustas) ou insultuoso para com as crenças e dogmas religiosos. O que fizeram foi um filme sarcástico sobre o fundamentalismo de rituais e a alienação das massas perante a necessidade, a todo o custo, de criar e seguir Messias vazios de conteúdo.
E é um filme que faz pensar e aguça a inteligência (ao mesmo tempo que diverte) nesta quadra Pascal, ao contrário dos já maçadores pastelões mais do que repetidos nesta época nas televisões, como "Ben Hur" e quejandos.
E é um filme que faz pensar e aguça a inteligência (ao mesmo tempo que diverte) nesta quadra Pascal, ao contrário dos já maçadores pastelões mais do que repetidos nesta época nas televisões, como "Ben Hur" e quejandos.
5 comentários:
Recomendo-te a veres no youtube um debate que houve na televisão britânica aquando da estreia do filme. John Cleese e Michael Palin a terem que defender o filme perante um velho académico snob e um bispo efeminado e sarcástico.
Enviar um comentário