segunda-feira, 23 de junho de 2008

Os leitores são todos velhos?


São duas revistas sobre música. Duas referências na divulgação da música pop-rock. Estas são as capas dos últimos números das revistas "Uncut" e "Mojo". Na capa, grupos que foram referências há mais de 30 anos: Sex Pistols e Crosby Stills Nash & Young. É uma tendência recorrente na imprensa musical internacional e nacional: capas com músicos ou grupos com 30 ou 40 anos e, pior ainda, que já nem sequer existem. Repare-se em Portugal o que tem acontecido com a revista Blitz, única publicação sobre música.
No último ano, as capas têm sido praticamente apenas sobre grupos com décadas de existência: Doors, Joy Division, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Police, Led Zeppelin, Pink Floyd, Queen... Haverá uma razão para esta opção? Significará que os leitores destas revistas já não são jovens e, consequentemente, as respectivas referências musicais dizem respeito ao passado (longínquo)? Ou trata-se apenas de um fenómeno passageiro de revivalismo cultural?

3 comentários:

Miriam disse...

Não acho que os leitores são velhos, infelizmente os jovens só têm estas bandas como referência de música decente. As bandas atuais não se comparam com as de 40 ou 30 anos atrás.
Tenho 2 filhos, um de 21 outra de 24 que só gostam destas bandas antigas. E pelo que vejo seus amigos têm o mesmo gosto, quando os amigos deles vejam eu chegandode carro ouvindo Pink Floyd estranham, dizendo: Pô Victor sua mãe gosta de Pink Floyd?
Não é de estranho ? Eu que deveria estranhar, pois a banda é da minha geração!!!!!!!
Um abraço.

::Andre:: disse...

Se é um fenómeno acredita que passageiro não é pois as revistas que mencionaste têm esta tendência há vários anos. Também não encontro nenhuma explicação, mas deve estar relacionado com aquilo que as pessoas consomem. A malta quer sempre mais do mesmo, não arrisca em novas bandas, ouvem rádios que passam hits dos 80, a última compilação dos Queen vai sempre parar ao Nr 1, a Madonna esgota 60 mil numa semana, etc etc etc. Felizmente, hoje em dia há uma serie de revistas interessantes que me preenchem e estes dinossauros passam-me ao lado.

Quanto à Blitz, para mim morreu desde que fez a mudança de sexo. Aliás, tenho saudades do jornal às terças-feiras...

Beep Beep disse...

Ainda há muita gente que compra uma revista pela capa. O mesmo acontece com os jornais desportivos que dão a maioria das capas ao Benfica. E é provável que só um grupo restrito de artistas tenha esse potencial de atraír. Assim, acaba por ser normal que os artistas que amealharam fãs ao longo de 30-40 anos ganhem vantagem em relação a outros. Revistas como a Mojo e a Uncut aspiram vender em números elevadíssimos, pelo que é normal que tenham que restringir a capa a um determinado grupo de artistas. Dos artistas actuais, poucos terão essa capacidade de chamar possíveis compradores. Acaba por ser um ciclo vicioso, mas é compreensível que assim seja.