Amanhã começa o festim do Europeu de Futebol. E a selecção de Portugal vai medir forças futebolísticas com a Turquia. Sobre a Turquia revi há dias um excelente filme de Alan Parker, "O Expresso da Meia Noite" (1978), cuja acção se desenrola, precisamente, na Turquia. A história - baseada em factos verídicos - é telegráfica: um jovem americano de férias em Istambul é preso no aeroporto por posse de droga (haxixe). A partir daí, esse americano, Billy Hayes, passa por um verdadeiro calvário nas prisões turcas durante quase 5 anos, que o leva a sofrer e a cometer actos de extrema violência e loucura. O argumento do filme é da autoria de Oliver Stone e a música original de Giorgio Moroder. Ambos ganharam o Óscar para essas categorias (foi a primeira vez que uma banda sonora totalmente electrónica ganhou um Óscar). O papel do malogrado americano foi interpretado pelo notável Brad Davis, que arrebatou o papel a Richard Gere e John Travolta. Davis viria a morrer prematuramente de sida em 1991 (recorde-se que Brad Davis protagonizou outro grande papel no filme "Querelle" (1982), de Fassbinder).
Na altura o filme de Parker foi severamente criticado pela imagem negativa que passava da justiça turca e das suas prisões com condições infra-humanas. Mas a verdade é que o filme foi inspirado nos factos relatados no livro "O Expresso da Meia Noite" do verdadeiro Billy Hayes (que ainda é vivo), que conseguiu escapar da prisão e refugiar-se na América. A tortura e os maus tratos nas prisões turcas sempre foram considerados factos comprovados pela Amnistia Internacional (aliás, o próprio escritor turco Orhan Pamuk, controverso vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 2006, refere nalguns dos seus livros esse facto). As autoridades turcas é que não gostaram do conteúdo do filme e proibiram a sua exibição na Turquia durante anos. O filme exprime de forma claustrofóbica e opressiva todo o ambiente angustiante vivido pela odisseia de Billy Hayes. E conta ainda com um extraordinário John Hurt no papel de outro americano (alucinado) condenado.
Neste ano que se comemoram 30 anos do filme, foi lançada uma edição DVD especial de coleccionador: filme com remasterização digital da imagem e dois discos repletos de bons extras (como o excelente comentário áudio de Alan Parker).
Em baixo está uma das mais impressionantes cenas de violência e raiva descontrolada que já vi alguma vez no cinema (ainda era miúdo quando a vi e fiquei estarrecido): Billy Hayes vinga-se de Rifki, um informador interno da prisão que fazia a vida negra a Billy. Veja-se como a sequência se desenrola de forma cada vez mais intensa e como culmina nessa cena antológica do arrancar da língua à dentada ao som de cânticos turcos. No comentário áudio do realizador, este refere que foi um dos momentos mais intensos que alguma vez filmou. Acredito piamente.
Neste ano que se comemoram 30 anos do filme, foi lançada uma edição DVD especial de coleccionador: filme com remasterização digital da imagem e dois discos repletos de bons extras (como o excelente comentário áudio de Alan Parker).
Em baixo está uma das mais impressionantes cenas de violência e raiva descontrolada que já vi alguma vez no cinema (ainda era miúdo quando a vi e fiquei estarrecido): Billy Hayes vinga-se de Rifki, um informador interno da prisão que fazia a vida negra a Billy. Veja-se como a sequência se desenrola de forma cada vez mais intensa e como culmina nessa cena antológica do arrancar da língua à dentada ao som de cânticos turcos. No comentário áudio do realizador, este refere que foi um dos momentos mais intensos que alguma vez filmou. Acredito piamente.
1 comentário:
Também revi o filme há pouco tempo, é realmente excelente a adaptação e a música é memorável. A personagem de John Hurt no novo Indy fez-me imediatamente lembrar a sua personagem neste filme.
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