quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Joy Division ao peito


No último verão cruzei-me na rua com um miúdo que vestia uma t-shirt dos Joy Division igualzinha a esta. Não tinha mais de 16 ou 17 anos, exactamente a idade com que eu me tornei fanático do grupo de Ian Curtis e que envergava, de igual modo, as t-shirts da mítica banda de Manchester.
Há anos e anos que não vejo ninguém vestido com uma t-shirt de um grupo de que gosto e, especialmente, dos Joy Division. E mais especialmente ainda, por se tratar de um adolescente, e não de um trintão saudosista das bandas de que gostava quando jovem. Nos anos 80 havia o culto das t-shirts das bandas preferidas. E havia t-shirts dos grupos mais estranhos e obscuros. Era como que um ritual de identificação à volta dos gostos musicais cuja representação visual era sustentada, de forma orgulhosa e altiva, pelas inevitáveis t-shirts.
Era assim com a comunidade de amantes de rock alternativo, como era para a de música experimental ou para o grupo de fãs de death-metal. De há uns bons anos a esta parte, parece-me que este fenómeno se esbateu sobremaneira (menos nos jovens que gostam de metal). Os rituais de identificação da cultura juvenil assumiram outros códigos na era da tecnologia digital, talvez mais voláteis e abstractos e, por isso, menos identitários e duradouros.
Claro que o "hype" à volta do filme "Control" de Anton Corbijn e do documentário "Joy Division" de Grant Gee promoveram a banda de Ian Curtis como nunca antes acontecera (recentemente, o filme "(500) Days With Summer" também promoveu a banda com o protagonista envergando uma t-shirt igual a esta).
Mas há uma grande diferença entre a experiência de conhecer a música de "Closer" hoje ou a de ter conhecido em meados dos anos 80, quando ainda se faziam sentir os despojos estéticos da geração pós-Manchester.
Seja como for, confesso que gostei de ver o tal miúdo envergar Joy Division ao peito. Só espero é que fosse por gostar mesmo da música e não por questões meramente estéticas. Fico sempre com esta dúvida desde que perguntei a uma jovem que ostentava uma mala com a figura de Jack Skellington se gostava do filme "Nigthmare Before Christmas" e me respondeu que não sabia o que isso era...

7 comentários:

Anónimo disse...

É uma das estéticas que gosto, tenho umas 20 t-shirts de bandas, dos mais variados estilos, entre elas Joy Division, Melvins, Earth, Opeth, The Smiths, Neurosis, The Velvet Underground, Tool... etc etc etc... :)

Anónimo disse...

É uma das estéticas que gosto, tenho umas 20 t-shirts de bandas, dos mais variados estilos, entre elas Joy Division, Melvins, Earth, Opeth, The Smiths, Neurosis, The Velvet Underground, Tool... etc etc etc... :)

Anónimo disse...

Desculpe, mas podia dar-nos o link daquele site onde podemos ver o nome de todos os sítios onde os filmes passaram
Abraço carioca

João Lameira disse...

Eu nunca usei t-shirts de bandas, mas gostava de me cruzar com quem envergava as de bandas de que eu gostava. E isso já não se vê muito. Deixou de estar na moda, de ser cool. Provavelmente porque muita gente usava algumas t-shirts sem saber bem porquê- lembro-me da Shakira usar uma t-shirt do CBGB's, o que lhe retira toda e qualquer irreverência. Hoje parece-me quase impossível dar de caras com alguém com a t-shirt de uns Animal Collective ou assim.

Unknown disse...

Anónimo: qual era esse site? Não me recordo...

Fred disse...

Lamento, mas tenho de discordar pois na zona onde moro (Sintra/Cascais), existem muitos jovens que usam t-shirts das suas bandas favoritas, incluindo eu. Aliás quase todos os dias vejo alguém com merchandising vestido, seja ele musical ou cinematográfico. Cumprimentos!

Beatrix Kiddo disse...

a dos joy division no último festival de paredes de coura estava em todo lado (no ano anterior era a dos ramones, que chegou a ser vendida na zara)

vejo muitas dos pearl jam também

eu uso a dos led zeppelin e do david bowie