O didjeridoo é um instrumento de sopro oriundo das tribos aborígenes australianas.
Tradicionalmente, é um tronco longo de eucalipto ou de bambu oco por acção das térmitas. Tem um som característico e pode variar entre a austeridade tímbrica e a suavidade mística. O didjeridoo está longe de se restringir à música étnica, uma vez que tem sido utilizado (e continua a ser) em muitos grupos de música e géneros musicais ocidentais. Apesar de não parecer, tocar didjeridoo não é fácil e requer treino persistente, sobretudo para o músico conseguir controlar a chamada técnica de "respiração circular", que permite emitir sons de forma contínua (expira-se com a boca e inspira-se pelo nariz ao mesmo tempo).
Foi no já longínquo ano de 1989 que ouvi, pela primeira vez, o som fascinante deste instrumento. Era tocado por um músico ocidental chamado Stephen Kent, que foi o motor criativo de um notável projecto musical denominado Lights in a Fat City, que partia da sonoridade do didjeridoo e o fundia com ritmos tribais e alguma electrónica a condizer. O resultado foi o magnífico álbum "Somewhere", fascinante viagem espiritual pelos ritmos aborígenes hipnóticos à mistura com uma relevante sensibilidade pop.
Lights in a Fat City só editaram um álbum, mas Stephen Kent prosseguiu uma interessantíssima carreira com o grupo Trance Mission e em diversas colaborações com músicos reputados da world-music como Robert Rich, Jon Hassell, Airto Moreira ou Steve Roach. Sempre procurando novas texturas e envolvências para o seu didjeridoo.
1 comentário:
ki tumpa!
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