A música para cartoons (“desenhos animados”, dizia-se quando era miúdo) é uma arte. Uma arte exigente. Warner Bros e os seus Lonney Tunes foram preponderantes com a introdução de personagens icónicas como Bugs Bunny, Coyote, Daffy Duck, Speedy Gonzales, Sylvester the Cat, Road Runner, entre outros. A época de ouro destes filmes de animação foi nas décadas de 30 a 50. Enquanto Walt Disney filmava filmes politicamente correctos, de grande apelo aos valores familiares, a Warner Bros. arrasava com a irreverência visual e o ritmo alucinado da acção resultante da imaginação dos maiores realizadores de cartoons: Chuck Jones e Tex Avery. A música para estes filmes era constituída de uma precisão cirúrgica tremendamente eficaz, na qual a sonoplastia (gravada em estúdios caseiros e com objectos quotidianos) era totalmente síncrona com cada imagem. As bandas sonoras, frenéticas e imparáveis, muitas das vezes subvertendo a estética dos compositores clássicos estabelecidos, eram pequenas obras-primas de composição, de rebeldia formal e de criatividade sonora. Os grandes mestres da música para cartoons foram Spike Jones, Carl Stalling e Raymond Scott, autênticos génios de originalidade musical, extravasando o próprio conceito exíguo de “música para cartoons”. A música para cartoons exerce um enorme fascínio, não só nos adultos mas também nas crianças (ou será que a ordem é inversa?). O próprio guru da música avantgarde, John Zorn, é um fã dos compositores acima referidos.
Lá fora – é sempre lá fora – existe uma literatura interessante sobre esta temática da música para cartoons, da qual destaco o livro que encabeça este post. A prova de que a música de cartoons é um assunto sério e de reconhecida identidade artística.
Lá fora – é sempre lá fora – existe uma literatura interessante sobre esta temática da música para cartoons, da qual destaco o livro que encabeça este post. A prova de que a música de cartoons é um assunto sério e de reconhecida identidade artística.
Sem comentários:
Enviar um comentário