Em 2002, o realizador Godfrey Reggio e o músico Philip Glass (em colaboração com o reputado violoncelista Yo-Yo Ma), fecharam a trilogia “QATSI” com chave de ouro: “Naqoyqatsi – A Guerra Como Forma de Vida”. Não é tão impactante como o primeido filme da série -"Koyaanisqatsi", mas é um documento audiovisual que deixa o espectador estarrecido. O filme, sem narração nem história convencional, recai sobre a temática da turbulência social e cultural existente na sociedade globalizada e tecnológica do Século XXI.
A consolidação da era do computador e da electrónica impuseram-se como paradigmas culturais e sociais (quase) inabaláveis, influenciando o nosso modo de vida em todos os aspectos: media, artes, política, desporto, entretenimento, comunicação, medicina, cultura, publicidade, etc. A violência tecnológica, é, segundo o ponto de vista político do realizador, o mal civilizacional do nosso tempo, configurando uma crítica social pós-moderna.
Reggio mostra-nos um mundo saturado de imagens pré-fabricadas, fruto da sociedade hiper-acelerada e materialista, uma sociedade onde a Natureza foi suplantada pelo advento maciço da tecnologia digital. Estilisticamente, a proposta visual de "Naqoyqatsi" contrasta com os dois filmes anteriores, uma vez que proliferam as imagens digitais manipuladas e os efeitos rebuscados de imagem, em detrimento de imagens reais (numa montagem trepidante que confere a esta obra uma dimensão caleidoscópica verdadeiramente onírica, que estimula os nossos sentidos e a nossa percepção do mundo actual).
Mais info: http://www.naqoy.com/
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