terça-feira, 7 de outubro de 2008

Buñuel - 25 anos


O El País é um jornal de referência em Espanha e na Europa. A sua edição online é completa, permanentemente actualizada e com muitos e diversos conteúdos informativos (da política às artes). Um exemplo que o Público podia seguir. No entanto, no melhor pano cai a nódoa. Este ano assinalam-se 25 anos da morte do maior realizador espanhol de todos os tempos - Luís Buñuel. A secção de cinema da edição online do El País informa acerca de uma exposição de homenagem ao autor de "Viridiana". No cabeçalho aparece um erro crasso: "La Academia de Cine rinde un homenaje al cineasta, fallecido en 1938". Pensei que fosse gralha sem importância. Abro o respectivo link da notícia para constatar o desenvolvimento da mesma e lá está novamente a indicação de que Buñuel morreu em 1938. Como Buñuel começou a sua carreira ainda no período mudo do cinema (com o filme surrealista "Un Chien Andalou", 1929), até pode haver pessoas que julguem que morreu em 1938. Só que, se assim fosse, o cineasta não teria tido oportunidade de fazer muitas outras obras-primas como "O Charme Discreto da Burguesia", "Los Olvidados", "O Fantasma da Liberdade", "O Anjo Exterminador", "Belle de Jour", "A Via Láctea", entre outras.
Conclusão: o jornalista que redigiu o texto da notícia deve ser disléxico. Isto porque trocou, por duas vezes, os últimos dois algarismos: em vez de 1983 (data real da morte), colocou 1938. E já agora, como se pode assinalar 25 anos da morte se, alegadamente, o homenageado morreu em 1938?

Apesar de ter chamado a atenção para este erro (ou gralha) de teor jornalístico, o que interessa dar importânica é mesmo aproveitar estes 25 anos do seu desaparecimento para lembrar o extraordinário legado artístico de um dos mais originais cineastas da história do cinema. Não só pelo seu cinema irreverente, iconoclasta, provocatório, anti-clerical, surrealista, libertário, mas também para o seu belíssimo testamento em forma de livro: a auto-biografia "O Meu Último Suspiro", escrita pouco antes de morrer e na qual Buñuel explana a sua contagiante visão da vida e da arte.


1 comentário:

Anónimo disse...

Su actor preferido: el gran Fernando Rey