domingo, 19 de outubro de 2008

Lobster e Mikado Lab



Não vi todos os programas "KM 0" da RTP2 sobre os novos valores da música portuguesa, mas os que vi raramente me chamaram a atenção pelos grupos focados. Isto porque, no meu ponto de vista, a maior parte não tinham criatividade ou originalidade que merecesse muita atenção. No último programa, sábado passado, foram objecto de tempo de antena dois projectos muito interessantes e com capital criativo pouco comum em Portugal (cada um com coordenadas musicais muito distintas): Lobster e Mikado Lab. Os Lobster são um possante duo de guitarra eléctrica e bateria que vão buscar inspiração no rock mais noisy dos anos mais recentes (The Locust, Lightning Bolt, Sightings). Um extraordinário projecto de rock vibrante e enérgico, podendo-se constatar esta ideia ouvindo o seu magnífico álbum "Sexually Transmitted Electricity" editado pela Bor Land em 2007, ou vê-los actuar ao vivo (vi-os uma vez num grande concerto).
A outra novidade vem de franjas estéticas muito distintas: Mikado Lab é um projecto do baterista Marco Franco, multinstrumentista com um vasto currículo no âmbito da música improvisada, jazz e experimental; Ana Araújo (fender Rhodes e laptop), e Pedro Gonçalves (baixo eléctrico, também dos Dead Combo). O disco único dos grupo, "Baligo", teve já honrosas críticas especializadas. Os Mikado Lab fazem uma interessante fusão de jazz, improvisação, melodias infantis, experimentalismo e devaneios vários, num projecto que assume claramente um lugar vazio no panorama musical nacional. Para ouvir música e ver vídeos do grupo, carregar aqui.

6 comentários:

Anónimo disse...

...a maior parte não tinha criatividade...

Unknown disse...

Exactamente, falta de criatividade. Só vi 4 ou 5 programas e confesso que os grupos que vi (cujos nomes já nem recordo) não me entusiasmaram rigorosamente nada. Grupos pop-rock banais e previsíveis como milhares de outros iguais por todo o mundo. E quando falo de falta de criatividade falo em ausência de ideias próprias que não sejam decalcadas de modelos externos. Por isso me pareceu razoável destacar estes dois projectos – Lobster e Mikado Lab – que rompem com esses elementos previsíveis e convencionais habituais na música portuguesa e procuram uma estética minimamente original – cada um à sua maneira.

Jorge Silva disse...

Não conhecia Mikado Lab, nem conhecia esse programa da RTP2. Vou ouvir mais tarde.

No site da Bor Land podemos encontrar alguns mp3 dos Lobster bem como de outros artistas do catálogo e encomendar discos.

Anónimo disse...

Não me referia à questão concreta de haver ou não falta de criatividade, mas ao facto formal de dizer "tinham" (plural) quando o sujeito é singular ("a maior parte"). Portanto, em vez de ter escrito "...a maior parte não tinham criatividade ou originalidade que merecesse muita atenção" devia ter escrito "...a maior parte não tinha criatividade ou originalidade que merecesse muita atenção".

Unknown disse...

Ah ok, quanto a esse erro tem razão. Agradeço a correcção.

Greenie disse...

Os lobster são giros, sem dúvida e ao vivo muito bons, só que existe uma banda americana chamada Hella. É o único contra dos lobster