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No dia 29 de Abril de 1980 morria Alfred Hitchcock. Há 29 anos...
O realizador de "O Homem Que Sabia Demasiado" e de tantas outras obras geniais, foi um dos mais singulares e coerentes cineastas de sempre e a sua herança artística manifesta-se, ainda hoje, em inúmeros filmes e realizadores. Ainda ouviremos falar muito de Hitchcock este ano, quando se comemorar, no próximo dia 13 de Agosto, o centésimo aniversário do seu nascimento. E ainda aguardo, pacientemente, que seja editado no mercado português o livro das entrevistas que o realizador francês François Truffaut fez a Hitchcock nos anos 60.
Hitchcock era visto - sobretudo nos Estados Unidos - como um cineasta mediano e comercial. No entanto, para Truffaut e para os jovens realizadores e críticos franceses da revista "Cahiers du Cinéma", Hitchcock era considerado como um dos maiores cineastas de todos os tempos, ao lado de nomes como Jean Renoir, Federico Fellini, Ingmar Bergman e Luís Buñuel. Com o objectivo de modificar a opinião dos críticos americanos, Truffaut propôs ao cineasta inglês que respondesse a quinhentas perguntas sobre a sua obra e carreira. Nesta extensa conversa, Hitchcock comenta detalhadamente os seus métodos de criação, falando sobre a concepção de cada obra, a elaboração do argumento, as inovações e os problemas técnicos, a relação atribulada com os actores. Uma verdadeira lição de cinema, portanto.
Lançado originalmente em 1967, a edição do livro "Hitchcock/Truffaut: Entrevistas" contemplava a produção de Hitchcock até ao filme "Cortina Rasgada" (1966). Para a edição definitiva, de 1983, Truffaut acrescentou um capítulo com os últimos anos e filmes do cineasta - feito com base na correspondência trocada entre eles. Para quando a edição imperiosa desta obra em Portugal?
"A minha sorte na vida foi ter sido uma pessoa realmente assustada. Eu sou um sortudo por ser um medroso, ter um baixo limiar de medo, porque um herói não pode fazer um bom filme de suspense."
Alfred Hitchcock