Depois da paranóia da doença das vacas loucas – que ia dizimar o planeta; depois da paranóia da gripe das aves – que ia dizimar o planeta (dizia-se que em Portugal a estimativa de mortes seria de 10 mil); depois da pneumonia atípica - que ia dizimar o planeta, chegou agora a gripe suína que, provavelmente, vai dizimar o planeta. O panorama é assustador: morreram algumas dezenas de pessoas no México, há umas dez infectadas nos EUA e mais 20 ou 30 suspeitas de infecção em dois ou três países. Ah, e há já uma pessoa em Espanha infectada – será por causa dela que quatro hospitais centrais do pais estão em alerta permanente. Estes fenómenos ameaçadores para a saúde mundial são mais do que suficientes para que a comunicação social dar o alarme (é esta a palavra certa) ao mundo inteiro para o caos e a tragédia que se vão abater sobre a Humanidade. Durante os próximos dias continuaremos a ouvir a comunicação social a debitar o seu terrível discurso apocalíptico (encoberto, sim, mas apocalíptico).
Tal como a paranóia global que se abateu com a gripe das aves, continuaremos a ser manipulados pela informação exagerada e levada aos extremo do sensacionalismo. É certo que irão morrer algumas pessoas com a doença (tal como se morre - e muito - de gripe “normal”) mas a epidemia (ou pandemia, ou lá que é) que as autoridades e a televisão ameaçam ser credível e que vai matar milhões, não vai acontecer, e daqui a algumas semanas já ninguém se lembrará do que foi isto da gripe “dos porcos”. Mas a paranóia global e o medo opressor, à boa maneira da visão apocalíptica de Aldous Huxley ou H.G Ballard, estão já instalados no seio das sociedades de todo o mundo. Como diria Marlon Brando no final de “Apocalipse Now”: “O horror, o horror…”.
5 comentários:
Bem, passe o dramatismo dos media e a realidade é que, segundo as informações que reuno principalmente das leituras de Peter Singer, enfrentamos possibilidades enormes de propagação de doenças consequência do consumo de carne exagerado e da produção de carne que cresce com antibióticos e infecta tudo. Estas histórias de virús mortais não são hipoteses fugazes.
Em vez de H.G. Ballard, não se quererá referir a J. G. Ballard? Escritor de Empire of the Sun?
Obrigado Pedro. Claro que é J.G. Ballard. Falei dele uns posts mais abaixo...
tenho andado a pensar o mesmo...
Carne com antibióticos, as condições terríveis em que os animais são criados...
Gera-se o pânico...
Vai tudo a correr vacinar-se...
As farmacêuticas a enriquecerem...
É o que temos.
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