quarta-feira, 8 de abril de 2009

"The Pervert’s Guide to Cinema" - análise freudiana do cinema


Sophie Fiennes realizou e o psicanalista, ensaísta e escritor esloveno Slavoj Zizek apresentou. Trata-se de um dos mais estimulantes e originais documentários recentes sobre a relação entre cinema e... psicanálise: "The Pervert's Guide to Cinema". Ao longo de duas horas e meia, o inebriante freudiano Zizek disserta sobre dezenas de filmes importantes da história do cinema, desde obras do Hitchcock a David Lynch, de Charlies Chaplin a Tarkovski, dos irmãos Marx a Lars Von Trier, estabelecendo relações e conceptualizações, à primeira vista, impensáveis. De resto, este documentário comentado por Zizek, é um complemento perfeito do seu livro sobre análise fílmica, "Lacrimae Rerum", que comentei neste post.
"The Pervert’s Guide to Cinema" é uma fascinante e invulgar visão sobre o poder das imagens no nosso consciente e subconsciente, e o seu visionamento enriquece, sobremaneira, a capacidade de interpretação do espectador perante o fenómeno cultural e artístico que é o cinema. Recomendo vivamente. O documentário, datado de 2006 e já editado em DVD, pode ser descarregado neste link (tem legendas em português e tudo!).

6 comentários:

F disse...

Roubei.
Na wikipedia diz que ele é sociólogo e filósofo.

::Andre:: disse...

Perfeito, vem aí um fim-de-semaninha prolongado e tudo...

Unknown disse...

A Wikipedia não sabe tudo. Zizek é filósofo, sim, mas tem também basta literatura sobre psicanálise.

Rolando Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rolando Almeida disse...

É sabido que o Zizeck conhece e gosta de cinema. É um seguidor de Lacan, este sim, psicanalista. Como filósofo o Zizeck é horroroso, ainda que famoso em muitos circulos académicos. Um pensador ( é assim que se chama a autores como o Zizeck) na linha dos mais obscuros pós modernos. O meu colega e amigo Aires Almeida publicou um texto interessante sobre Zizevk neste link: http://blog.criticanarede.com/2008/08/ontologia-contingente-cinema-e-sexo.html

Unknown disse...

Zizeck é o cara. De Lacan acho que deve ter muito pouca coisa, a menos que sirva apenas para atender àquele segmento de mercado vidrado em rótulos.
Quem conhece Marx, se tiver que se espelhar em franceses, porque cartaz padrão de um bom rótulo continua dependente de citar nomes franceses, espelha-se em Déleuze. Irreversível, o fato de termos que vir a aceitar a dialética marxista e o materialismo histórico. O obscurantismo em Zizeck será por ele acrisolado em seu devido tempo e na medida em que London et Paris começarem a se revelar fora duma realidade por enquanto fantasiosa. Por maior o deslumbramento, um dia acaba e há que pôr mãos à massa.
Aí, francês algum ajudará. Talvez Montesquieu, mas pelas Cartas Persas.