O Homem Que Sabia Demasiado - É um caso único na história do cinema: fez apenas três filmes e tornou-se rapidamente num mito da cultura popular.
James Dean - Nunca procurei ser um símbolo de uma geração, ainda que o filme "Rebeldes Sem Causa" (1955) tenha ajudado a tal. O realizador Nicholas Ray estava sempre a dizer-me que aquele filme iria transformar-me num símbolo de rebeldia juvenil, mas eu nunca quis, conscientemente, assumir tal destaque. A rebeldia da juventude nasceu com o Rock 'n'Roll na década de 50 e mais tarde com o fenómeno Hippie. Eu fui apenas um actor que fiz o melhor nos poucos filmes em que participei.
O Homem Que Sabia Demasiado - E que grandes filmes! O filme "A Leste do Paraíso" (1955) realizado pelo notável cineasta Elia Kazan, é talvez o filme em que "explode" como actor do método do "Actor's Studio" de Lee Strasberg. A sua magnífica interpretação como jovem incompreendido e angustiado, valeu-lhe quase a classificação de génio.
James Dean - Mais uma vez, julgo que é uma classificação desmesurada. É verdade que trabalhei muito para conseguir ter aquela interpretação natural, quase espontânea, com alguma improvisação à mistura. Porém, a direcção de actores de Kazan foi essencial para ter conseguido tirar o máximo de potencial das minhas capacidades.
O Homem Que Sabia Demasiado - No seu filme seguinte, "Giant" (1956), que estreou já depois de ter falecido no trágico acidente de carro, fechou uma espécie de triângulo magistral no universo da interpretação, numa ascensão que parecia imparável.
James Dean - "Giant" foi um filme do qual não gostei muito de participar, ao contrário dos dois anteriores. Durante as filmagens houve um clima constante de guerrilha de estrelas entre Elizabeth Taylor e Rock Hudson e o realizador, George Stevens, não conseguia dar um rumo ao filme, até porque houve sérios problemas financeiros e de produção.
O Homem Que Sabia Demasiado - É verdade que se dizia que Marlon Brando era o seu único rival no que dizia respeito a actores jovens e muito talentosos?
James Dean - Conheci Brando e gostava muito dele. Houve rumores que afirmavam que ambos tínhamos uma relação homossexual, mas era tudo fantasia da comunicação social. Mas respondendo à pergunta: havia outro grande actor que competia, se quiser, pelo lugar de "jovem actor talentoso": Montgomery Clift. Um actor de grande personalidade e potencial.
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