Hoje regista-se mais uma avalanche de estreias comerciais nas salas portuguesas: oito filmes! Tem sido esta a média de filmes que estreiam todas as semanas em Portugal. Em cada mês, uns 30 filmes novos nas salas. Quase um por dia. Um ritmo louco que não corresponde às proporções do mercado cinematográfico português (perdeu 800 mil espectadores em 2011) nem abona a favor do sistema de distribuição dos filmes.
É como se as distribuidoras lançassem para as feras filmes aos magotes só para despachar mercadora, sem critério nem rigor objectivo. E isto quando se sabe que há bons filmes que vão directamente para o mercado de venda de filmes (DVD) ou para a exibição nas televisões e dezenas de filmes perfeitamente dispensáveis que inundam os cartazes semanais das salas comerciais.
E o nicho dos filmes de autor e independentes, que percorrem festivais internacionais de cinema, que ganham prémios de reconhecimento, que outorgam grandeza artística à palavra "cinema", está cada vez mais a reduzir-se em termos de expressão.
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Não esquecer outro dado importante e sintomático dos tempos que correm: nos últimos dois anos, duas capitais de distrito ficaram sem salas de cinema: Évora e Bragança. E a ameaça paira no ar noutras cidades capitais de distrito. Apesar das críticas que se possam fazer aos critérios de distribuição dos filmes e da mediania (ou mediocridade) da maior parte deles, a verdade é que é sempre um drama maior ficar sem nenhuma sala de cinema numa cidade média portuguesa. Mal por mal, em cada 10 filmes estreados, há-de haver um ou outro, de tempos a tempos, que valha realmente a pena ir ver ao cinema...
2 comentários:
Magnífica esta mudança de visual! :-)
Obrigado, Rui.
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