quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"Casablanca" - A força de um Hino


Poucas vezes um hino nacional (aliás, dois) terá tido tanto impacto emocional e representação simbólica como na célebre sequência do filme "Casablanca" (1942) de Michael Curtiz. Filme mítico realizado no auge criativo da era dourada de Hollywood, "Casablanca" é uma obra repleta de momentos únicos que se incluem na memória cinéfila de gerações: Bogart e Bergman como o casal apaixonado mas separado por forças maiores; as frases "teremos sempre Paris", "Play As Times Goes By!", "isto é o início de uma bela amizade"; o ambiente do café Rick's...
Mas há um momento que supera todos os outros que se torna arrebatador e cheio de simbolismo político e ideológico: a cena em que os soldados alemães cantam o hino nacional da Alemanha e a subsequente reacção do resistente Victor Laszlo (actor Paul Henrid) a obrigar a orquestra residente a interpretar eloquentemente "A Marselhesa".
Aquela disputa musical entre franceses e alemães é de uma energia incomparável. Nota-se no rosto dos personagens (sobretudo Ingrid Bergman) a enorme tensão emocional, reflecte-se naquelas vozes uma raiva incontida contra a Guerra e a ocupação Nazi. A pujança musical (e da inerente letra) do hino francês acaba por destronar os oficiais alemães, numa simbólica e passageira vitória moral. A música como arma de guerra. Memorável.
Ver aqui.

Sem comentários: