Nada como um artista ser honesto e frontal. O último número da revista Sábado traz uma entrevista com o realizador espanhol mais famoso e consagrado desde Luís Buñuel: Pedro Almodóvar. Na entrevista, o autor de "Volver" diz que Hollywood lhe ofereceu a realização do filme "Brokeback Moutnain", mas que recusou porque achava que ia perder a liberdade criativa. Ao fazer uma retrospectiva da sua vida e carreira, Almodóvar refere que trabalhou numa companhia de telefones, foi cantor rock e drag queen, ao mesmo tempo que fazia filmes experimentais ao fim-de-semana. Nunca estudou em escolas cinema porque a família não tinha dinheiro, por isso aprendeu o ofício de realizador sozinho, à custa da experiência acumulada e com o esforço pessoal. Algo que já se sabia: prefere retratar o universo feminino e os seus últimos filmes - "Tudo Sobre a Minha Mãe", "Fala com Ela", "Má Educação" e "Volver" são filmes que abordam a morte e o sentimento de perda (consequência da morte do cineasta em 1999). Prepara um novo filme intitulado "Los Abrazos Rotos", uma história dilacerante sobre um amor louco e contará, de novo, com a sua musa do momento, a actriz Penélope Cruz. Por fim, Almodóvar diz que é uma espécie de "padroeiro dos freaks". Melhor epíteto era impossível.
1 comentário:
Aprecio imenso o sentido de humor do Almodóvar.Aborda o universo feminino com extrema sensibilidade.
Também acho imensa graça,aquele estilo inconfundível, marcado por temas polêmicos e estética ultra-kitch.
manuela
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