sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Emmanuel Nunes ou Leonel Nunes?


O compositor português Emmanuel Nunes vai estrear no Teatro Nacional São Carlos, a sua primeira e muito aguardada ópera, “Das Märchen”, baseado num texto de Goethe. Emmanuel é um caso paradigmático da música erudita de vanguarda. Herdeiro da estética da electro-acústica de um Stockhausen, Emmanuel Nunes é um compositor que explora a inovação trilhando novos universos sonoros. É assim? Para uns é, para outros não. O jornal Público de hoje relata que Nunes é tudo menos um músico consensual, uma vez que há quem defenda a sua originalidade, e há quem simplesmente classifique o seu trabalho como “execrável e horrenda”. O compositor e maestro Alexandre Delgado tem a coragem de afrontar a suposta genialidade de Nunes, ao dizer até que vai querer estar a quilómetros de distância do São Carlos esta noite e que preferia ouvir música pimba do que a música conceptual de Nunes. Daquilo que conheço de Emmanuel Nunes gostei, não é uma música nitidamente fácil, é complexa e conceptual, mas não deixa de ser desafiadora intelectualmente (é essa uma das grandes críticas feitas à música erudita de vanguarda: falta emoção o que sobra em conceptualismo).
Com a reacção de Alexandre Delgado, importa agora perguntar: Quem é mais interessante: Emmanuel Nunes ou Leonel Nunes?

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