Revivalismo. Saudosismo. Retrospectiva. Memória. Chamem-lhe o que quiserem. A verdade é que a gloriosa década de 80 está de regresso: são múltiplas as referências na publicidade, nos programas de televisão de entretenimento (basta ver que o programa de fim de ano do Gato Fedorento andou à volta da cultura dos anos 80), no cinema, nas músicas que passam rádio, na moda, nas bandas pop/rock, etc. É um regresso saudável? Na realidade, parece que uma geração só tem verdadeiramente valor duas décadas depois: nos anos 80 lembro-me que toda a gente dizia que na década de 60 "é que era" (o ideal hippie, o Maio de 68, a música...). Nos anos 00 encaramos os 80 como se fosse a década de culto por excelência. Quando entrarmos na segunda década do Século XXI, iremos suspirar pela década de 90. E se em vez de olharmos para o passado, olhássemos definitivamente para o presente e para o futuro?
1 comentário:
Pensar é terrivelmente perigoso, por isso tão sedutor, como Lautréamont bem o sabia.
É pois bem verdade aquilo que constatas neste post, eu chamo o "ciclo dos vinte anos dos opinion makers das modas" que detrataram os 80 como pírosos e não se lembram que todas as décadas também o são.
E as calças boca-de-sino e algum psicadelismo dos 70?
Nos 80 houve muita píroseira mas também muita coisa boa.
A grande dificuldade neste tempo curto de vida é saber escolher e descobrir o real valor da criação no presente, na contemporanidade.
Nesta aventura da existência leio os clássicos Gregos e Latinos e a poesia mais urbana e quotidiana da actualidade
O melhor do romance do século XIX e os modernistas e surrealistas do XX. Ouço a grande música do Barroco
e também a espiritualidade de um Pärt. Vejo o "silent movie", os clássicos do cinema e o "cinéma d'auteur". Enfim e para concluir o meu único critério é tentar perceber, perceber a verdade do que é a arte ou a criação.
De resto estou-me totalmente a borrifar para as modas e outras orientações comerciais e mediaticas.
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