Há dois anos passei pela experiência de ver cinema não em 3D, mas em 4D. Foi no cinema do parque de diversões do Zoomarine, em Albufeira, naquela que é a primeira sala do país com tecnologia digital de ponta preparada para tal efeito. A quarta dimensão caracteriza-se por incluir elementos ligados aos cinco sentidos, como o vento, a água ou os cheiros para aumentar a sensação de realismo e de envolvimento sensorial. O curto filme abordava as questões do aquecimento global, da exploração dos oceanos e da destruição das florestas húmidas e tropicais. Foram apenas 15 minutos de projecção, com os tais óculos indispensáveis, mas confesso que fiquei impressionado com o poder de emersão que as imagens e todo o ambiente à volta geraram nos espectadores (e as minhas filhas pequenas que o digam!). Alturas houve em que o espectador sentia estar no meio do oceano e ter que se desviar dos tubarões ameaçadores.
O filme U23D dos U2, que neste momento se encontra em exibição em salas tecnologicamente preparadas para o efeito, não possui os elementos reais do 4D - água, vento ou cheiro. Mas pelas experiências já vividas por espectadores e críticos de cinema, consta que a experiência é avassaladora: a sala transforma-se mais numa sala de concerto (em que o espectador se sente no meio da acção) e menos numa sala convencional de cinema. A pergunta instala-se: qual o futuro do cinema? Até que limites a tecnologia continuará a desenvolver a linguagem e a experiência do cinema? Quais as fronteiras que o digital irá impôr no domínio do entretenimento?
Nota: para o Verão está já anunciado um novo filme com visionamento 3D: "Viagem ao Fundo da Terra". O fenómeno promete.
1 comentário:
Só para te lixar vou vê-lo já amanhã…
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