É uma notícia assaz desconcertante. Charles Manson, a cumprir pena de prisão perpétua pelo assassinato (em 1969) de Sharon Tate, mulher do realizador Roman Polanski, vai lançar gratuitamente um disco pela Internet. Manson, fervoroso adepto de Bob Dylan e dos Beatles, já fazia música no final dos anos 60 quando fundou a temível e fanática seita “The Family”, da qual Manson era o suposto Messias e que acabou por violar e assassinar a actriz em ascensão Sharon Tate (mais outros 4 amigos), à altura grávida de 8 meses. O álbum chama-se “One Mind”, tem 16 canções certamente impregnadas de letras alucinadas com traquejo blues e country. É que Manson tinha como sonho tornar-se numa estrela rock. E pelos vistos ainda continua a manter esse sonho, mesmo atrás das grades.
Que não haja enganos: apesar da repulsa que a figura de Manson provocou na opinião pública mundial por ter sido responsável pelo acto hediondo que impulsionou, circulam pelo mundo muitos fãs de Manson e pessoas obcecadas pela imagem que tem na cultura pop moderna (há imensas alusões no cinema, na literatura e na música pop-rock à figura de Manson). Há tempos li num jornal que Charles Manson poderia sair em liberdade condicional este ano, facto que chocou muita gente. Creio que não se confirmará. Certo é que, apesar de encarcerado na prisão Estatal da Califórnia, Manson irá mesmo assim lançar um disco de canções para o exterior através da auto-estrada da informação que é a Internet. Como, não sei.
Sobre o caso do homicídio de Sharon Tate e a liderança “espiritual” de Charles Manson há um interessante filme recente (2004) que retrata a personagem conturbada e psicótica de Manson: “Helter Skelter – o Caso Sharon Tate”, de John Gray.
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