Se há assunto que vem à baila sempre que se fala de férias, é o do "livros para férias." Inquéritos a personalidades mais diversas (desde o jet-set até ao intelectual empedernido), referem sempre os livros que vão ler nas férias. Os nossos amigos e familiares têm a mesma mania. A verdade é que nunca percebi muito bem porque é que nas férias de Verão se deva - ou se consiga ler - mais do que nas restantes estações do ano. É uma falácia. Eu já tentei. E acabai quase sempre por trazer para casa os livros que queria ler e que não consegui (ou não me deu vontade) ler uma página. À partida será pela suposta disponibilidade e tempo para a leitura. Mas este facto não é válido para toda a gente. O culto do ócio e da preguiça (que ajuda a reflectir, dizia o escritor Albert Cossery) é uma premissa que deve presidir nas prioridades do tempo de férias. Logo, a leitura não se torna um recurso de primeira necessidade. Pelo menos para os que têm por hábito ler (e muito) o resto do ano (como eu).
Viajar, estar com os amigos e a família, passear até ao desconhecido, fazer desporto, beber copos até às tantas, olhar para o tecto sem fazer nada, ver todo o dia o canal História e Odisseia, ouvir música ininterruptamente, apanhar brisa do mar ao fim da tarde, visionar na íntegra as últimas séries do "Lost" e "Prison Break", são apenas algumas actividades que se podem fazer durante o (sempre curto) período de férias. Para quê massacrar ainda mais o escasso e preciso tempo com leituras que se podem retomar no regresso à rotina habitual?
1 comentário:
Amen. Subscrevo em pleno. E já agora, deixa o blog e vai mas é apanhar um escaldão ou ser picado por um peixe-aranha. Um abraço e boas férias!
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