A primeira longa-metragem do então jovem realizador Steven Spielberg, “Duel – Assassino Pelas Costas” (1972), é particularmente interessante por vários motivos. Primeiro, porque se tratou de uma excelente adaptação para cinema de um conto originalmente pensado para a televisão, numa realização segura e vibrante. Segundo, por causa da extraordinária e eficaz economia narrativa: história de dois antagonistas numa perseguição visceral no asfalto: um automobilista e um camião nas estradas desérticas dos EUA.
Terceiro, “Duel” é um notável tratado de montagem e de sonoplastia com base em ruídos e sons do meio ambiente (quando o camião cai pelo desfiladeiro, os sons que se ouvem parecem os de um leão a rugir).
Filmado em apenas 13 dias e com um soberbo Dennis Weaver como condutor perseguido e desnorteado, “Duel” é um magnífica obra de suspense em crescendo de intensidade (que Hitchcock não desdenharia) cimentada numa alucinante perseguição automóvel pelo deserto norte-americano. É quase como se John Ford filmasse um western no qual, em vez de cavalos em perseguição, existissem viaturas. Neste thriller de Spielberg, nunca se vislumbra a cara do camionista assassino, praticamente não há diálogos e nunca se desfaz o mistério da perseguição mortal, facto que aumenta a tensão no espectador.
E neste aspecto há uma referência directa a uma película de Hitchcock, na qual não se sabe o motivo da manifestação do Mal: “Pássaros”. Um excelente filme que se tornou de culto e que ainda é, para muitos amantes da obra de Spielberg, um dos favoritos da sua filmografia.
1 comentário:
Tenho que concordar a 100%!
Apesar de nem toda as pessoas valorizarem esta 1ª obra do Spielberg é sem dúvida uma das suas melhores criações. É notavel como um filme com tão pouco dialogo nos consegue fazer ficar agarrados a ele sem quase piscarmos os olhos ;)
Cumprimentos
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