quinta-feira, 24 de junho de 2010

Para explicar Woody Allen


Ramón Luque, autor do livro “En Busca de Woody Allen – Sexo, Muerte y Cultura en su Cine”, explora o universo temático do realizador de Nova Iorque com exemplar simplicidade e pragmatismo. A sua análise nem parece a de um professor universitário (da Universidade Juan Carlos de Madrid), habitualmente recheada de teoria hermética.
Para explicar o cinema de Woody Allen e os seus temas favoritos que reiteradamente se revelam nos seus filmes – religião, sexo, morte, solidão, amor, cultura, arte, existencialismo, filosofia -, Ramon Luque socorre-se, sem pejo, de uma teia inusitada de referências de pensadores, artistas e filósofos (já para não falar em cineastas).
A saber: Freud, Kierkegaard, Camus, Bourdieu, Durkheim, Nietzsche, Jung, Deleuze, Vattimo, Unamuno, Husserl, Heidegger, Habermas, Foucault, Derrida, Sartre, Fromm, Weber, Tchekov, Dostoievsky, Tolstoi, McLuhan, Orwell, Bataille, Nabokov, Whitman, Mailer, Shakespeare, Cervantes, Sófocles, Strindberg, (Karl e Groucho) Marx, Kafka, Proust, Schopenhauer, entre outros. Todos estes autores (e mais ainda) são citados por Ramon Luque para explicar e contextualizar a complexidade do cinema de Woody Allen.
No meu curso superior tive um professor que valorizava, desmesuradamente, a bibliografia consultada e as referências a autores nos trabalhos académicos. Tenho a certeza que esse professor daria uma excelente nota final a Ramón Luque.

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