O músico alemão Johannes Kreidler é considerado um "enfant terrible" da música electrónica. Há um ano "compôs" um trecho sonoro de 33 segundos com... 70 mil samples! Sinceramente, custa-me a acreditar que se consiga juntar 70 mil samples (por mais ínfimos que sejam) num curto ficheiro de 33 segundos, dado que a massa sonora seria gigantesca e indefinida. E ouvindo o resultado chamado “Product Placement”, não se percebe sequer que exista uma amálgama de 70 mil sons diferentes misturados. Seja como for, esta peça de Kreilder deu que falar e a Sociedade Alemã de Autores exigiu que o músico identificasse cada um desses alegados 70 mil samples, em formulários… individuais. Não sei no que deu, mas também não interessa muito.
A questão é que Johannes Kreidler voltou a ser notícia porque colocou no youtube uma música que, segundo o próprio, é o resultado da análise musical dos mercados financeiros e bolsistas. Isto é, música feita de acordo com as oscilações da crise financeira mundial. A música foi feita num vulgar e muito primário software de edição musical, o “Songsmith” da Microsoft, daí o resultado sonoro soar tão lúdico e quase circense (características sonoras que contrariam a aparente depressão da bolsa mundial). Tem a sua piada a intenção de musicar a crise bolsista, mas quanto a mim não passa de mais um bom golpe publicitário de Johannes Kreidler. Vi a notícia no Jornal da Tarde da RTP1. O que achei mais engraçado da reportagem é que o músico responsável por esta brincadeira foi apelidado de “músico futurista”. O melhor título seria “retro-futurista”…
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