quarta-feira, 26 de maio de 2010

Louise Brooks - o culto de uma actriz


No dia 8 de Agosto de 1985 morria, na total solidão e indiferença, uma das maiores divas do cinema mudo: Louise Brooks.
Teve uma carreira curta, de pouco mais de 10 anos e participou apenas em 24 filmes, quase todos filmes menores e esquecidos. Menos um, que foi o suficiente para lhe valer o reconhecimento mundial, elevando-a ao património do imaginário cinematográfico de sempre: "A Caixa de Pandora" (1928), do realizador alemão G.W. Pabst (que já tinha lançado Greta Garbo).
Neste filme, Louise Brooks irrompe na tela como um vulcão sensual e interpreta Lulu, uma jovem radiante que é inconscientemente responsável pela ruína dos seus amantes e é vítima da exploração daqueles que se aproveitam de sua beleza e ingenuidade. A actriz empresta à personagem Lulu uma alta carga de erotismo. Um erotismo à flor da pele, insinuante, feito de gestos e olhares (não esqueçamos que se trata de um filme mudo). O rosto e o corpo de Brooks irradiam sensualidade, enlouquecendo os homens à volta (mais do que Marlene Dietrich fez em "O Anjo Azul" de Sternberg).
A beleza expressiva e rara de Louise Brooks e o seu talento para interpretar essa mulher fatal, enigmática e ingénua, sagrou-a para sempre como uma figura de culto que perdura até aos nossos dias. Tal é o culto que existem inúmeras páginas na internet de devoção incondicional a esta actriz e mulher que, após o fim do período mudo, praticamente não voltaria a trabalhar no cinema. A título de exemplo, veja-se este site brasileiro.
Em Portugal existe à venda, na Fnac, uma edição em DVD do filme "A Caixa de Pandora", mas pode ser adquirido uma edição espanhola (a que eu tenho) mesmo aqui, por um preço muito convidativo.

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